30.12.04

Inevitavelmente

Que o que chega possa melhor do que o que vai. Felicidades para todos.

19.12.04

A cozinha alheia

Eu me lembro de uma das primeiras sessoes de gravacao que eu fiz fora do fabrica, durante a feitura do ultimo disco do Mundo Livre S/A, na Muzak. Num determinado momento, observando que eu estava um tanto quanto perdido tentando entender alguma ligacao maluca para fazer o som chegar de A ate B, Areia, com toda a calma e sapiencia que lhe sao peculiares, comentou:

- O cara cozinhar na cozinha dos outros e complicado, voce nunca sabe onde ficam os temperos.

E era a mais pura verdade. Com o tempo, eu me acostumei com as ligacoes malucas da muzaca, da federal e ate mesmo do fabrica. Hoje em dia eu consigo cozinhar em todos esses lugares.

Mas nao no computador do meu hospede, Garret Cashman. Primeiro porque eu nao entendo porra nenhuma de computador. De PC, entao, menos ainda. E PC e computador pra quem entende, como diria Zepinho. Entao eu nao consigo botar acento, ficam pulando umas janelas muito loucas, eu sei la.

Mas pra ninguem pensar de novo que eu desencarnei (vira essa boca pra la, grazi), vou mandando o meu recado, sem acento.

15.12.04

Alive and banging beaver

Dida, e demais queridos leitores deste veiculo, estou vivo, saudavel, e sempre arrumando encrenca. Sem computador por uns tempos, mas isso ja esta se resolvendo. Prometo voltar a aparecer com frequencia em breve por aqui.

5.12.04

Carbon oxides (monoxides, dioxides, mostly) are all there is to it

mas a bagunça que ela faz na minha sala é a melhor prova em contrário.

3.12.04

Bolso de otário é nas costas, virado de boca pra baixo

O título dessa minha participação aqui no meu querido veículo não tem nada a ver com o texto. Na verdade, eu nem sei sobre o que vou escrever, eu vim botar uns links novos de blogs, e tou ouvindo um disco do Bezerra da Silva pra ter uma referência pra mixagem do disco de Mônica Feijó, e lembrei que eu gosto muito desse verso.

O calor desses últimos dias tem sido uma coisa séria. Ontem eu tava conversando sobre isso com outro gringo que chegou - começou a temporada de caça, oficialmente - que está mais quente que o normal, e as pessoas tão passando mal e a porra. Eu mesmo estou num banzo da porra, pra trabalhar em casa tá foda. O período de dezembro até o carnaval devia ser feriado compulsório da Bahia pra cima.

2.12.04

I feels bad, I´m a-looking for a kiss

Um dos melhores exemplos de que as nossas deficiências podem ser usadas como um grande trunfo é o Sex Pistols. Se eles não fossem uma versão mal-tocada e sem suíngue do New York Dolls, dificilmente eles teriam chamado tanta atenção. Se o Johnny Rotten soubesse cantar direito, dificilmente ele ia praguejar tanto e fazer letras descendo tanto o pau quanto as dele.

Na verdade, o único músico bom do SP era o Steve Jones. Se ele tivesse a má-sorte de cair em uma banda em que o batera tivesse um mínimo de groove, ou que o baixista soubesse tocar, provavelmente o som da banda teria ido mais pros lados que o Clash foi posteriormente. Mas ainda bem que isso não aconteceu...

E falando em Armação Ilimitada

Hoje eu estava lendo na internet que o André Di Biase e o Kadu Moliterno se reuniram especialmente para fazer um quadro no Caldeirão do Huck sobre Juba e Lula pegando onda hoje em dia. Na verdade, quando eu vi a chamada eu achei que fosse rolar um revival da Armação Ilimitada, o que seria no mínimo interessante. Bem que podiam fazer, até porque a Andréa Beltrão e o resto do elenco ainda está todo por aí. Bem que rolava, Armação Ilimitada 20 anos depois. Com direito a Bacana velhão e as certíssimas participações do Evandro Mesquita e do Francisco Milani.

É engraçado que, nesses tantos anos desde o final da armação, nunca conseguiram fazer nada tão legal pra gurizada em geral. Tudo bem, a gente cresceu e não acompanhou, mas eu acho que não rolou mesmo. E eu não acho que o fato de eu achar Malhação um tédio seja somente conflito de gerações.

1.12.04

Conclusão

Outro dia, no show dos Los Hermanos, eu cheguei a uma conclusão. Foi um show emocionante, diga-se de passagem, em que eu cantei várias músicas junto. Menos emocionante que o de Aracaju, mas emocionante assim mesmo. Por sinal, o momento em que eles tocaram o tema de Armação Ilimitada foi genial.

Na verdade, duas conclusões. Uma é que eu normalmente canto junto as músicas do Amarante mais do que as do Marcelo Camelo. A outra é que alguma coisas na vida são como o mesmo Amarante - que na minha opinão é um grande guitarrista, antes de acharem que eu vou desancar o rapaz enquanto músico de uma forma geral - tocando tamborim, ou seja, podem até ter seu charme, mas não funcionam.

Tricicloscópio

*Eu tenho uma amiga chamada Ella Roberts que mora em Londres e é cantora. Ela entrou recentemente para o Coral Sinfônico da BBC. Eu acho muito legal, mas acho que ia achar mais legal se algum amigo ou amiga minha entrasse pra trabalhar naqueles grupos de claque, pra botar risada em seriado.

*Eu e Leo estávamos conversando outro dia sobre que em que profissão poderíamos trabalhar caso a nossa audição ficasse muito debilitada ao longo dos anos, e coincidentemente temos um interesse em comum pela carpintaria.

*Eu achei o meu primeiro bicho de pelúcia da vida, um urso cor-de-rosa, e tou dando uma recauchutada nele pra Júlia.

30.11.04

As jamais tocadas

Cinco covers que eu nunca consegui tocar de verdade com nenhuma banda

- The Mercy Seat - Nick Cave and the Bad Seeds - Essa o cara precisa ter três culhões pra se aventurar a tocar, então nunca ninguém teve coragem.
- Modern Love - David Bowie - Essa a gente até tirou, mas Gomão se recusou a tocar.
- I am the Ressurection - Stone Roses - Essa a gente tocou, mas a segunda parte, do suingue, ficava uma coxinha da porra.
- Okie from Muskogee - Merle Haggard - Estamos prometendo que vamos tocar essa no diversitrônica, mas não fizemos nada a respeito ainda...
- Tema da Patrulha Estrelar em versão surf - Essa seria um dos carros chefe de um projeto de surf music e raggamuffin que eu e Felipe íamos fazer, o Blowjobs, mas nunca fizemos.

28.11.04

All the right reasons

Da próxima vez em que você se sentir abandonado pelo mundo, roube, baixe ou compre o "Rainy Day Music" do Jayhawks. Você não vai se sentir menos abandonado assim de uma hora pra outra, mas pelo menos vai perceber que todo mundo se sente assim em algum momento da vida, e que isso passa.

26.11.04

We're off to outer space...

Apesar das fuleiragens dos responsáveis pelo som, ontem o show foi muito bom. Os tweeters do som da casa xoxaram muito, mas funcionou. E a abertura com o tema original de "Patrulha Estrelar" foi emocionante.

25.11.04

Bom danado II

Hoje tem show. Às 22h, 22h30, por ali. Na HYPE, que fica perto da Livraria Cultura. Oito reais, cinco com flyer, e pode ser que rolem uns convites. Diversitronica e DJ Ladrão botando todo mundo pra dançar.

19.11.04

A música country só me dá alegrias

Em que outro gênero eu poderia descobrir uma pérola do naipe de "Woman Behind the Man Behind the Wheel", que trata das dificuldades que a mulher de caminhoneiro tem que encarar? E o que falar então sobre "I Take a Drink and Let the Devil do the Rest"?

As minhas teorias quase sempre estão certas

Feito a teoria das dimensões paralelas. O concurso de músicas carnavalescas da prefeitura, por exemplo, é uma boa amostra disso. É um concurso nos moldes antigos, com categorias - no caso cinco: frevo de rua, de bloco, frevo canção, caboclinho e maracatu - compositores, arranjadores, intérpretes e regentes. Estou fazendo uma tabela para tentar descobrir qual o tema mais citado nos arranjos, se é vassourinhas ou o hino de pernambuco, inclusive.

Vão por mim, é outro mundo. Quem disser que não nunca viu as fileiras de compositores sentados no Teatro do Parque, cuidando para que suas queridas composições sejam executadas com o esmero necessário, encarando as vicissitudes dos arranjos e da performance da orquestra como empecilhos necessários à divulgação de sua arte.

E tem também as coreografias. E os intérpretes e suas fantasias. E o locutor, que conseguiu cometer algum erro de pronúncia, pelo menos, em cada música que apresentou, e foram 30, com repeteco de 15 no último dia. Um outro mundo, e um tanto quanto assustador.

18.11.04

Lançamento

A quem interessar possa, hoje vai rolar na torre Malakoff o lançamento do disco "Responde a Roda Outra Vez", gravado por mim e alguns outros pesquisadores no interior de Pernambuco e Paraíba no começo deste ano. Apresentação do Reisado das Caraíbas, e entrada franca. Cd's a venda no local.

17.11.04

I missed the last bus, I´ll take the next train

Estou com uma idéia legal para este espaço editorial. Mais uma maneira de fazer listas interativas. Eu começo e vocês continuam até chegar em 10. O tema é "discos que ficaram mais legais depois que o hype passou". E eu começo com o disco que eu estou ouvindo agora, e que motivou esta participação:


- Is this it - The Strokes

15.11.04

Red lights flashing through the window in the rain

Eu estava comentando com Leo, agora na sessão de pizza que tivemos para encerrar o feriado, que tem alguns discos que o cara precisa ter em todos os formatos possíveis, para poder ouvir sempre que for necessário. Eu pessoalmente teria vários, acho que provavelmente eu acabaria com uma lista de centenas se eu fosse pensar mesmo. Mas com certeza o Harvest e o After The Goldrush estariam no topo dela.

14.11.04

Casa de solteiro

Malu foi pro Rio, então agora eu oficialmente moro sozinho, até prova em contrário. Com exceção de Holly e Zack, que devem ficar por aqui até o dia 25, ou 26, o meu apartamento é o de um homem solteiro que mora só e que traz a filha algumas noites por semana. Está nas minhas mãos, e somente nelas, a capacidade de evitar que isto aqui se torne um pardieiro. E se você é algum maníaco lendo blogs em busca de informações para as suas futuras manias, pode ir tirando o cavalinho da chuva, pois além de bonito e inteligente, eu também sou bom de briga, e meus amigos mais ainda.

A primeira coisa que eu fiz, assim de impulso natural, foi arrumar as roupas no armário. Quando vi, elas estavam separadas por cor. Apesar de isso querer dizer que as três camisas pretas estão em uma pilha diferente das duas azuis, me assustei. Estaria eu, agora que virei dono-de-casa, manifestando tendências metrossexuais? Se algum dia eu aparecer de unha pintada, façam-me o favor de me cobrir de sopapos, para eu tomar um jeito. Se eu gostar, é porque não tem mais jeito mesmo.

O próximo passo é arrumar o quarto de Júlia. Já tem um armário pequenino, e agora eu vou comprar uma caminha pra ela. Cama, não berço, que ela já é grandinha. Já tinha encontrado uma daquelas lâmpadas de ligar na tomada, agora eu preciso arrumar bichinhos pra decorar o quarto, e também uma estante pros brinquedos. É bem verdade que eu vou tentar subornar a menina para ela passar um pouco mais de tempo na minha casa, mas se você fosse pai e morasse só você ia ver o que é bom pra tosse.

11.11.04

Bom danado

Pois é, juventude, estou aqui em Salvador. Cidade bonita, calor do carilei, participando de um congresso de Etnomusicólogos de todo o Brasil e além. Muita conversa, cochilos regulamentares nas comunicações vespertinas, pouco tempo pra apresentar os trabalhos, e livros muito legais por preços exorbitantes. Aviso logo aos amigos e familiares que eu estando liso nesse momento da minha vida, só quem vai ganhar lembrança de Salvador é Júlia. Uma sandalinha massa que eu comprei no Pelourinho. Ia comprar uma conguinha miniatura também, mas o dinheiro não deu.
De repente amanhã no Mercado modelo eu arrumo outra coisinha legal pra ela.

Eu fico impressionado com a beleza desse lugar aqui. E foda. A Baía de Todos os Santos, então, é pra o cara passar o dia olhando. Você só não passa o dia olhando porque senão morre de insolação. Uma vez eu e Genaro dormimos num apê do pai do Spencer - que também me dá guarida nesta viagem, só que no Rio Vermelho desta vez - e que tinha uma vista ninja da Bahia. Pra sair e voltar pra Recife foi um esforço descomunal.

Amanhã eu vou dar um bico genial nesse congresso pra ir ver a igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Acho que deve ser mais bonito do que ver outro antropólogo lendo um texto durante 15 minutos.

8.11.04

Miscelanea de madrugada

Sabe quando você está tão cansado que não consegue dormir? Esse é o meu estado nesse momento. Pra ajudar um pouco, estou procurando coisas para me entediarem na internet. Como páginas de associações e clubes de enxadristas em cidades do interior. Páginas de associações em geral, tendem a ser entediantes. Aliás, como a maioria das associações. Eu também pensei, tomando banho, que gago também tem sotaque.

4.11.04

Outra lista

Sempre, mas sempre mesmo, alguém vai perguntar, ou tentar responder, a pergunta sem resposta. A pergunta sem resposta é "Qual a melhor banda de todos os tempos?". Quem já tentou, sabe como é difícil se satisfazer com uma resposta só, qualquer que ela seja. Aí eu cheguei à conclusão que, no meu modo de ver, todas as bandas realmente boas, apesar de altos e baixos, têm um momento em que são, indubitavelmente, a melhor banda do mundo. E eu resolvi enumerar algum destes, naquele esquema querido do quadrifonia que todos aprendemos a amar:

1 - O The Who no Live at Leeds. Pra mim, essa é a melhor dentre as melhores.
2 - Os Beatles no Revolver.
3 - Os Rolling Stones no Exile On Main Street.
4 - O Sonic Youth no Daydream Nation
5 - A Nação Zumbi na turnê do Afrociberdelia.
6 - O Ramones no Rocket to Russia.
7 - O Radiohead no Ok Computer.
8 - O Wailers naquela apresentação da BBC.
9 - O New York Dolls, numa apresentação na BBC do mesmo ano.
10 - O Wilco no Being There.

I met her at the burguer king, fell in love by the soda machine

Na vida também acontecem coisas inesperadas, como eu, que hoje sou todo metido a ouvir música atonal e coisas absurdas, chegar em casa e encontrar a felicidade num disco do Ramones.

3.11.04

Coisas boas sempre acontecem

Na despedida de Clara, recebi uma grande notícia que me deixou muito feliz. Não só eu reencontrei o meu amigo Eduardo Quintela, que há muito não via, como o próprio me afirmou que em breve poderemos ver por essas plagas um show do Living in the Shit. Se vai ser bom ou não, não sei, mas só a idéia de ir pra um show do LITS com Eddie, e ver Eduardo tocando de novo já me deixa muito satisfeito.

Eu e Zeca também resolvemos ganhar dinheiro produzindo um show solo de Ênio, interpretando ao violão os temas clássicos dos seriados japoneses, em japonês. Vai ser muito dinheiro mesmo.

2.11.04

Turn and face the stranger

Eu ia escrever sobre mudanças e a nossa resistência a elas, mas Júlia me pediu pra ver elefantes, e quem sou eu pra contrariar Jurubeba?

30.10.04

Miscelânea de sábado à noite

+ Assim como a felicidade está nas coisas simples, às vezes a gente precisa de pouca coisa pra ficar numa boa. Hoje mesmo eu encontrei com Felipe na praia, e a gente tomou uma cerveja na casa da minha mãe enquanto os guris brincavam na piscina inflável. É massa.

+ Voltando pra casa, eu desenvolvi todo um raciocínio de contestação aos filmes de arte. Não aos filmes em si, mas ao porque deles serem chamados de "Filmes de Arte". Mas aí eu me lembrei que a mesma coisa acontece com filme de sacanagem, e que basicamente cada qual satisfaz às necessidades de um tipo específico de público. Ou a necessidades específicas de cada um em momentos diferentes. Ou talvez seja só comigo que isso acontece.

+ Mas ainda na discussão do tópico anterior, eu fiquei curioso em saber se diretor de arte nesses filmes é chamado de "diretor de arte de arte" pra não confundir com o diretor em si, pois quem dirige filme de arte é diretor de arte, certo?

+ Nesse negócio de ouvir todos os mp3's no shuffle, de vez em quando aparecem umas músicas do disco do supersoniques no meio de outras coisas, e eu acho que o disco ficou com um som bem legal. Só a falta de auto-tune é que dá no ouvido às vezes, mas até aí tem coisa pior ganhando dinheiro por aí...

+ Tem a letra de "Jesus just won't come" também, que o esboço que eu dei pra Igor cantar acabou sendo o que a gente gravou no disco. Mas eu nunca me vangloriei de ser um letrista de mão cheia mesmo.

+ Essa música do Interpol, "Evil" é muito boa. E eles botam o Strokes três vezes no bolso, se você quiser saber a minha opinião. Pelo menos o baterista tem algum tipo de pegada e não dá a impressão de que vai sair do tempo o tempo todo.

29.10.04

Outro tipo de lista

Estou queimando uns Backups aqui, porque Malu vai levar esse computador daqui de casa pra o Rio com a mudança, então resolvi, antes de apagar tudo, jogar um jogo sobre o qual eu li no site do Neil Gaiman uma vez. Consiste em abrir todos os Mp3's do seu computador no winamp, ou iTunes, e botar pra tocar aleatoriamente. Então, tomar nota das 10 primeiras músicas que tocarem. Eu anotei 25:

01 - Caballo Viejo - Ry Cooder & Manoel Galban
02 - Repetitive Industrial Episodes - Recwiz & The Capacitors
03 - (I don't want to go to) Chelsea - Elvis Costello & the Atractions
04 - Uma coletânea de perolas televisivas que vai entrar no disco novo do DFC
05 - Your Father's Feathers - Henri Mancini
06 - William Bell - I'll show you
07 - Venus Stopped the Train - Edward Burch & Jay Bennett
08 - Spunky - Johnny Jenkins
09 - I've Been Waiting For You - Pixies
10 - Flyer - The Martinis (música ruim da porra)
11 - That's my Guy - Cheryl & Pam Johnson
12 - Each Step I Take - Deanie Parker
13 - Don't Leave me This Way - Otis Redding
14 - Evil - Interpol
15 - I can't turn you loose - Otis Redding
16 - Loopcínio - Marcelo Birck
17 - For me again - Gene Clark
18 - Walls of Silence - The Martinis (essa eu pulei que essa banda e uma merda mesmo. Joey Santiago que me perdoe).
19 - Rough Rebel Dub - King Tubby and The Aggrovators
20 - O Elefante - Marcelo Birck
21 - Birth of the Blues - Les Paul & Chet Atkins
22 - Sooth me - Sam & Dave
23 - On the way home - Supersoniques (nessa época, nem eu nem pablo sabíamos usar o auto-tune direito. infelizmente)
24 - The Swarm - Simian
25 - Native Funk - Burning Sky

P.S. - Pra quem ficar se indagando, a 26 foi "You're supposed to be feeling good" da Emmylou Harris...

Pessoas de verdade no mundo virtual

Ontem no aniversário de Felipe, Débora teceu um breve elogio ao meu humilde blog que me deixou lisonjeado. É muito curioso quando as coisas saem da internet pra o mundo palpável e real em que vivemos, e a minha vida é prenhe dessas transições, tanto no âmbito individual quanto em casos que acontecem à minha volta. Normalmente o mar de rosas que as janelinhas do MSN nos prometem é mais uma dentre as várias ilusões que a internet nos prega, até porque a vida é, graças ao bom Deus, muito mais do que trocar simpatias ao longo do dia com outras pessoas. Mas de forma mais ampla, eu acho a internet uma solução muito bacana para manter o contato com as pessoas.

E aí tem esse negócio de blog. Eu quase não leio blog, pra ser sincero. Pra não dizer que não leio, eu leio o de Felipe e o de William. Os demais, muito raramente. Não criei o hábito. E também não gosto de ficar entrando assim na intimidade das pessoas e na maneira como elas se expõem na internet. O de Syl, por exemplo, eu tinha medo, até que resolvi nunca mais ler mesmo. Gosto não. Então por isso que eu leio o de Will e o de Fé, porque eles falam sobre coisas legais como Gram Parsons e músicas bizarras, e não sobre angústias existenciais ou sobre 'como meus amigos são lindos e superbacanas'. As minhas angústias existenciais já me bastam, e eu não preciso propagandear constantemente no mundo virtual o quanto eu gosto dos meus amigos, porque eles já sabem disso.

Só que as pessoas realmente lêem, e eu acho isso legal. Eu confesso que eu penso nisso quando estou escrevendo, agora, por exemplo. Nem tanto nos indivíduos, mas no fato de que realmente alguém vai vir aqui e ler alguma coisa, botar um comentário, toda essa dinâmica me fascina. Pensar que alguém pode aliviar o tédio de um dia de trabalho a partir da leitura do meu blog me traz grande satisfação.

27.10.04

Davis, Hendrix, Entwistle + Bonham - The Peel Sessions

Eis que finalmente os mestres que estão no céu fazendo a música celestial têm alguém pra tocá-los na Rádio Paraíso. John Peel, descanse em Paz.

26.10.04

Todo mundo tem seu dia de Compadre Washington

Sem dúvida, Charles Thompson é um dos melhores letristas da história do rock. Mas mesmo os grandes tem seus momentos de assalto, como podemos conferir abaixo na letra de "River Euphrates", com direito a uma aliteração das mais caetânicas:

"Stuck here out of gas
Out here on the Gaza Strip
From driving in too fast

Let's ride the Tiger down river Euphrates"

Dãããããã...

24.10.04

Os vários lados da lua

O melhor lugar do mundo pra se ter idéias é o ônibus interestadual. Vindo hoje de Aracaju, eu pensei em criar uma série de discos baseados no princípio "The Dub Side of The Moon", em que o clássico é reinterpretado em diversos estilos diferentes de reggae e ska. Obviamente, tratam-se de versões temáticas:

+ The Dyke Side of the Moon - com k.d.lang, Vange Leonel e Melissa Etheridge. Sapatas consagradas propõe uma versão "lesbianiade" ao clássico.

+ The Dork Side of the Moon - Uma versão interpretada por artistas do calibre de Paulo Ricardo, Jorge Vercilo e Supla.

+ The Bark Side of the Moon - Totó, Rex, Lulu e Rambo expõe toda sua verve musical nessa versão para os amantes dos cães, com direito à bases instrumentais originais. Com direito a arranjos supersônicos para que o melhor amigo do ouvinte possa se deleitar também.

+ The Pork Side of the Moon - Marcelo Gomão e outros entusiastas da carne suína prestam seu tributo ao Bacon e ao PF, nessa versão suculenta.

+ The Nerd Side of the Moon - Uma versão totalmente composta de covers feitas no fruity loops por quatro-olhos do mundo inteiro.

Nesse mesmo embalo, eu pensei em um projeto de covers que eu quero botar em prática. O Zyon Maiden, reinterpretando a música da banda mais farofa do mundo sob a orientação de Jah...

21.10.04

Tem gente que sabe descrever as coisas muito melhor do que eu

Feito o grande Angenor:

A sorrir, eu pretendo levar a vida
Pois chorando eu vi a mocidade perdida.
Finda a tempestade, o sol nascerá
Finda esta saudade, hei de ter outro alguém para amar...

20.10.04

Colocações

+ Estou vendendo o meu XP-30 envenenado por motivos de upgrade. Preço e condições a negociar.

+ Coloquei a trilha inteira de "A Caravana da Ilusão" na página da Trama. Podem baixar. Quem quiser uma versão com uma taxa de kbps maior, ou mesmo em CD, avisa aí. É som viaji.

18.10.04

Celebrando em oração aeromoças publicitárias

Eu resolvi prestar um serviço de utilidade pública à humanidade, mais especificamente à humanidade residente em Recife. Hoje eu botei pra dentro do meu computador o disco do Marcelo Birck, pra fazer algumas cópias. Vou deixar no Soulseek. E quem mais quiser cópias, é só pedir. O máximo que pode acontecer, mas isso só depois, é neguinho botar um rural na roda pra o CD-R. As dez ou quinze primeiras cópias são uma cortesia do Missionário José. Coloque seu nome e contato nos comments.

As pessoas precisam ouvir a verdade.

Uma lista a partir de outra lista

Baseado nas listas de Felipe sobre músicas com nome de mulher, eu resolvi fazer uma lista com um mote inspirado nelas, porém mais específico. Músicas com nome COMPOSTO de mulher. Eu só não sei se agora eu vou lembrar de dez...

1 - Maria Bethânia - Capiba. De onde Dona Canô tirou o nome da filha dela.
2 - Cecilia Ann - Do Surftones, que o pixies regravou.
3 - O Samba de Maria Luiza - Tom Jobim.
4 - Anna Julia - É uma merda, mas uma lista de músicas BOAS com nome composto de mulher ia ficar mais difícil.
5 - Lily Marlene - Clássico dos clássicos.
6 - Ana Luiza - Tom Jobim também. Essa música é foda.
7 - Maria Joana - Erasmo Maconha Carlos.

É, sete é um número bom. Pra não ficar faltando, eu vou botar três com nome de mulher e complementos variados.

8 - Christina the Astonishing - Nick Cave. Essa música dá um medo da porra.
9 - Molly Malone - Canção tradicional irlandesa que vocês provavelmente conhecem daquela cena de "Laranja Mecânica". Em Dublin tem uma estátua da lendária Molly Malone empurrando seu carrinho, sendo que não é numa rua estreita.
10 - Maria Escandalosa - Uma marchinha de carnaval, que tem a maior cara de ser do Lamartine Babo, mas que eu confesso não saber o autor. Essa música minha mãe cantava em casa quando Malu dava chilique.

14.10.04

Amanhã vai ser outro dia

Estamos aqui aquartelados no Mr. Mouse fazendo os últimos ajustes para o show de amanhã. Vai ter de tudo, desde quebradas malucas até os samples mais improváveis. Contamos com a presença de todos os amigos, amigas, namoradas e afins...

13.10.04

Doente sou eu

Enquanto eu não consigo verbas para viabilizar o show dueto "Erasto e Lee Perry ao vivo nas Olanda", vai uma entrevista do mestre maior copiada direto do site da Wire:

KM: When you first got involved with Studio One, was it because it had been your earliest musical connection?

LP: In those days you have to be a fluffy, and to make it you had to me monster tuff. In those days Duke Reid [producer and owner of the legendary 60s Jamaican studio, Treasure Isle] and all those people were the tuffest guys. It was like those guys were making was all the time cause they wanted power . SO Coxsone [Dodd, owner of Studio One] wasn't so tuff like Duke Reid, so he would give some time in the studio, to get in and listen for as laugh. If you start something with a laugh it will and as laugh; if you start something with death it will end with death.

KM: When you worked with Duke Reid, was it as a tape op?

LP: No, it was one of those times when...He's a man who loved news. He wanted to be the news and he wanted to hear the news of what's happenin' all the time. Who's up and who's down? So that he could laugh. But those sorta people, I don't enjoy them; I don't enjoy people who laugh at the small people. I enjoy the people who they and share the view o the small people. Not the big giants.

KM: So when you set up the Upsetter label, it wasn't because you were inspired by what you had seen Duke Reid do?

LP: No, I called it the Upsetter label so I could upset everybody and create an upset/

KM: Did it work?

LP: Of course, as mad as what happen now.

KM: When you brought out those early instrumentals like "Return Of Django" "Night Doctor"...

LP: It was a series of gunfights from the OK Corral.

KM: So they were inspired by westerns?

Yeah, my mind in those days as a kid was strictly Texas. So me say 'It's now not an illusion, I bring it to reality.' Because I am a painter. I paint and it come alive. For Marley's portraits [on the sleeve of the Jamaican issue of the 'Soul Revolution' album] I give him a [plastic toy] gun, I give Dunne [Wailer] a gun and I give Peter [Tosh] a gun. I have all the guns. I mean I am the gun controller. That's what I was showin' them.'

KM: When you choose the form of instrumentals, was it to leave space for the imagination?

LP am a rebel. I am a revolutionary. I revolt for the poor people. Otherwise I take the form of Robin Hood.

KM: Straight from 'The Magnificent Seven" ?

LP: I love that. [Yells out loud] I am Robin Hood! Believe it or not, I am. If you 'ave to ask, who sent I? I sent myself.

KM: How aware were you of Ennio Morricone's film scores for 'A Fistful Of Dollars', etc., were you at the time?


LP: "Yeah man. Those were the times I would be influenced by 'A Fistful Of Dollars'. Gonna be a big shot or maybe at the OK Corral Deal.

KM: It sounded like you were trying to relocate Texas in outer space.

LP: Of course, that was in space at that time. That was my reality. It was not a jest or a joke, that was real magic we put together. 'Cause we worked it out. And what we discover, the future I is the brain of the children and it's all in comic stories.

KM: Did you read sci-fi?

It's real, everything is real, that's no joke. It's no secret anymore.

KM: So you were always looking to the future instead of reflecting the present?
LP: Why would God hide his brain in a stupid old man? God can't take rotten brain, God have to take perfect brain to make perfect rain. Perfect breeze for perfect trees, to create men with perfect knees, to dance to the blues. Heeeuuugggh! [He makes a noise like the sound of a rhino in approval]

KM: You must be one of the first producers to work with King Tubby. How did you hear about him?
LP: I didn't hear about him. He hear about me and come and join in. they all hear about me and come and join me. I didn't hear about them. My world, my little magic world. I created a magic world, thought it was a joke and called it serious joke. so it was just goin' as a joke. But it was not a joke, it just had to be happiness. It was a serious thing baby, that you kill much people and I'd of realised this. My little magic world so powerful, because it's music.

KM:: So you wanted your music to create a world with it's own rules?

LP: The music rule everybody. Every heart, the music takes over hearth and thoughts. It takes over flesh and blood, spirit, body and soul. The music did that. Telepathically, we didn't don't want to, so he say, 'OK listen, I am in the music'. So he go right into your brain and come into your body and lives in you. Music is the only saviour of the Universe, it don't have to be any special kind of music. It's not Christianity. One brotherhood, one sisterhood and love. We don't wanna deal wit hate. We see hate as terrible enemy, so we try to penalise hate and make hate non-existent. You gotta be perfect, 135 per cent strong. To prepare 134 000 saints for God. Breeze when invisible.

KM: When I heard "Bird In Hand" (From Return Of Super Ape) it sounded like a preacher's hymn. The Smokey Robinson of the cloth. Listening to you talk now, it's as if the church and gospel...

LP: I love Smokey Robinson. I love his voice.

KM: Do you mind that people generally seem to acknowledge you for your production rather than as a singer?

LP: I wouldn't mind what they want me to. Whatsoever the people want me for, I owe them that responsibility, whatever they want. I am their humble servant. I'm ready to give.

KM: With "Bird In Hand" you sang higher than I'd heard you sing before.

LP: It;'s when the spirit come, then I don't wait because I hear somebody unusual appear, so I accept whatever appear. I believe in spirits. I believe in the invisible.

KM: So you believe in ghosts?

LP: I believe in the visible. The two of us here are talking right now. My words are speaking to you and are invisible, a are my Father, My God, my king. He didn't write anything, he just keep tryin'' and I believe in him and his Royal manifest.

KM: Is this how dub came about for you? As a music of spirits, a music of ghosts?

LP: Definitely, definitely. We were havin'' trouble makin' riddims; and to get the ones we were searchin' for... It was too messed up, the musicians weren't havin' a clean mind. So when I'm with em' in the studio, they have a confused mind, playing confused music. So I decide how to get the spirits to do it through drum and bass. Call in different musicians and dub in different feelings. Then you'll have perfect love and no confusion. So Tubby's them hear it, them love it. He decided to join me 'cause he knows it's new, and 'im wants new things if it soundin' good.

KM: Reggae's search for the new is what makes it exciting for me, but in the late 70s it seemed to get more reactionary.

I believe in my words. I was in England one time [late 70s] and there was a new vibration, because that one vibration is waitin' to escape. And the punks like the reggae. And we were here to spiritualize the punky reggae party. Bob [Marley] was here at the same time, and while we were here we recorded in Chris Blackwells's [head of Island records] studio, but it didn't sound like what I want so I had to go back to Joe Gibbs studio in Jamaica and hire different musicians. That was a big connection I made. Call it punky reggae party. But it wasn't a party for me it was a party for Chris Blackwell.

KM: You talk a lot about vampires'''

LP: Of course he is.

KM: Did you feel your inventions were being taken from you?

LP: Definitely. That's what happens, he takes the party. And Jambo, Trojan, EMI, they all take the party. That's why I form a new Universal party.

KM: You had a major fall-out with Blackwell. Was it after Super Ape?

I think so. He want everything. I was creatin' a jungle vibration; I wanted to have a secret music in the studio, that I didn't want to go outside. I love to have secret tapes. So if there's anything on them when I need fresh ideas, me have something to check on. When you need money when you have no money, they'll give you money to take away the little thing that you don't even want exposed. because them want to take the fuckin' glory and say it's them that exposed it. Them create it, and them just want power.

KM; So why did you release 'From The Secret Laboratory' on Island nearly a decade later?

LP: Something have to happen. Some music explosion, some vital connection. Because it got to be that the rap was gettin' stronger, 'cause the rappin' was comin' on very good. 'The Secret Laboratory' that was where they got their feelin' from. So that was a must.

KM: When you set up your black ark studio in the 60s, it was after the Martin Luther King/Malcolm X assassinations and during a fragmentary period of black nationalism. Did that influence your choice of studio name?

LP: Yeah, because the original name for it is Noah. But I believe in black culture, and they were sayin' that Jesus was black, white only through stupidness and prejudice. It caused big problems. To say he is white is all shit, the colour was shadow black.

KM: When you set up Black Ark..

LP [interrupting] I was identifying with shadow. The shadow of the almighty creator is black.

KM: When you set up the studio, what did it look like? what equipment?

LP: Like heaven, like heaven on earth.

KM: Was it similar to the Ariwa complex here?

It was like heaven on earth. It was like a bubblin' gumpot. You could feel the bubbles. If you pushed hard enough you could feel goo and glue. A magic fuckin gumpot.

KM: you were one of the earliest producers to explore studio sound effects. Was it magical, illusory qualities of those effects that attracted you?

I hear sounds inside my head- I don't know where they some from; I would not ask. But I will put them to tape as far as I can hear them. But I wouldn't dare ask where they came from, because I know they've be comin' from the beginning to the very ending, and from the last to the first.

KM" You just wanted to paint the words that you were hearing in your head?


LP: Because I believe in those words, all per cent, not 100 per cent, but every per cent. Once I said I don't believe in God, but they didn't understand what I said and they have it all wrong. Not because each one is one God. But some of those other Gods people wanna worship, I don't wanna worship. I don't have to worship the money God, the Money God must worship I, because the Holy God who create I an; said 'let there be light'. He was here before the money , so how can the Money God be the almighy God? You see the I, but you don't see the I am.

KM: You have adopted many different personalities; Upsetter, Scratch, Super Ape...Why do you need all these?

LP: Because God's so smart to put his name inside a kid. You think God would be waitin' for a fuckin' idiot? It's all comics and super heroes, Inspector and Guru.

KM: Which was your favourite super hero?

I'm a batman specialist. A superman special. You know me have a special legion in the Justice Legion Of America. Justice Legion Of America represent John The Baptist. A legion of ghosts. So me join the ghost squad longtime and them notice me as the Ghost Captain. I am the Ghost Captain.. I was wrapped in a napkin in the River Nile. [he starts screaming like a baby]. Aliens come and kidnap the King. How can they do that? [Starts singing] "Them no know I was a real King"

KM: Why did you stop singing on your records to start making instrumentals and go into production?

LP: I have to make changes as come to my body - my body ask for changes. I have to support my body for change, because I know my body I believe in. Without my body I would not be here or be having no existence; so if my body calls for changes, I change my body instantly.

KM: When you first introduced dub, especially the earliest Black Ark productions, was it to show the music needn't have only one form?

LP: I introduced dub because I knew it was the roots of the heartbeat. The drum represent your heartbeat, the bass represent your mind and brain. I'm a heart and brain protector, and I'm a projector. I'm also an inspector, a director and imitator. The liquidator and Exterminator.

KM: Good and Evil combined?

LP: So? How it go? A mummy hook, I make you puke, make blood spill through your bloodcloot ears. I'm dangerous but I'm good.

KM: Was dub a good way of bypassing musicians' opinions and mistakes?

LP: That's the only chance I did have; if it wasn't for dub, I wouldn't even be here. You want to hear about that? Look at the future. What look like a creation they want to worry about and use him for moneyhead later. You understand the game? Good for your head that. They have this image down on a computer - who is next? There's no way you're goin' next unless they put you where they wanna lead you.

KM: Was it the 'science' that attracted you to dub? Becoming integrated with the machines?

LP: Of course. Why Not? I design it. I wanted it to be so. To be spiteful to some musicians who weren't playing from the heart. They were so fuckin' corrupted. I said I was gonna get equal with them. I wanna be with machines.

KM: So you wanted to work with machines because musicians couldn't translate what you wanted?

LP: It wasn't clean enough in there. We were creating cannibals instead of human beings.

KM: Is that what's so attractive about working in the studio: answering to no one, becoming the centre of your own universe?

LP: I discover that I am creating cannibals. I though, Oh, fuck, what am I doing now? Creating some anti-human?' Some grabbed coke and some grabbed needle.

KM: How did you discover new studio technology?

LP: Hear what I'm sayin'... I was working with angels and ghost. I don't work with human beings, I was using spirits to manifest my dreams. I believe in so few humans, for they are so weak. Because they are freaks. That's why witches grow beaks, but I'm sitting on the mountain peak. I dare not grow old I grow weak. At the beginning, at the end I shall turn into a freak. I have no fear, I'm in first gear. I don't go backwards I go forward,. Presto.

KM: Was dub dealing with space: inner outer or structural?

LP: I dub from inner space to outer space. This is an interview, but how come this interview is coming form my 'innerview'? So this is my inside world to the world outside. Here come my inside to you outside. From my living world.

KM: Why do you think it's so tempting to talk about dub in terms of mysticism and outer space?

LP: I tell you, because it's the heartbeat and the mindpower.

KM: Is it because it deals with mutation and transportation?

LP: When you hear dub you fly on the music. You put your heart you body and your spirit into the music, you gonna fly. Because if it wasn't for music oppression and taxes would kill you. They send taxes and oppression to hold you, a Government to tell you what to do and use you like a robot. You are then the pinocchio and do their bidding. So they will torment you to death. So when you hear dub you hide from the fuckers there.

KM: Escaping through a parallel sound universe?

LP:I want to put Krypton back together. That's my greatest dream... put Superman back together. What's impossible? These words, all these things are possible. There's a soul which cuts you on two sides; you must know which side you're on, to know who you're listenin' to. You are listenin' to a machine. I imitate human being ,I'm a machine being. To satisfy your greatest dream. Don't be mean...Hello from Lee 'Scratch' Perry!

KM: Were you aware of Sun Ra, when he was talking about his Arkestra, ideas of displacement and space, alienation and separatism, 'out' jazz and free playing - away from the real world?

LP: What the name of it?

KM: Sun Ra. He talked about coming from Saturn and sending his ideas through space.

LP: What (I can tell you, what I can say, there's many Gods here right now. I am the God of my planet Jupiter, and my planet says there's no music which can overpower my music. Dub music, drum and bass music, it holds space for all eternity. For all time, for every time. For every single second, for every single minute for every single hour. The drum music, the drums of Africa. The drum controls the heartbeat and the bass holds the space. The dead king Emperor Selassie, not dead, he just walk from body to body. He wants clean cells to drop into.

KM: Do you want to jack into machines and get out of your body?

LP: Well of course. Why wouldn't you want to live as a machine? It's fun. Michael Jackson lives in a machine. you didn't know that because it is our secret - he told me. Michael Jackson lives in a machine. You don't believe me? I'll show you something that goes from the other world. [He rummages through a diary and pulls out an iconographic postcard of a white archangel Michael] I've showed you a picture you a picture of what's goin' on. Something you don't know about.

KM: How do you feel about Michael Jackson? His plastic surgery, skin pigmentation and cultural transformation - becoming alien?

LP: It doesn't matter,. I leave him alone. I can use him in an experiment.

KM: He is an experiment?

LP: yeah

KM: Do you regard him as a fellow traveller?

LP: Yeah. If he wants to make changes he is free because it's his body. Why should people complain about it? Michael's the biggest thing in America. Bigger than all the presidents too. How do you think he value? So that he could not be somebody now? I just give you an interview, an innerview of my inside. He wants to make changes to his body, I won't criticise him. I know that he loves his body.

KM: when you made songs like 'Kojak", "Bionic Rats" and 'Doctor On The Go", you seemed fixated by TV.

LP: Because I turned on the vision. Because it's the vision I believe in. I believe in seeing, hearing, smelling and tasting. I believe in invisible feelings. [He breaks into song] "Love is the feeling, Love is the meaning, give it to me when I arrive" An arkangel man, you no recognise it. Myself is an angel, that's what I'm trying to show you. Changing from body to body. I am the Arkangel.

KM: What made you turn off the TV halfway through 'Doctor On The Go"?

LP: Because I wanted to come on television. To make music television manifest. I saw the programme, I wanted to make the contact, the connections, that's what I do. I now sit around and go "ha, ha, ha - my vision come true on music television'. Kojak on the go. I see Kojak so often, but what can I du? 'Cause most of the kids go out with their head shine so it's Kojak creation again. True?

KM: So what's your fascination with the cathode ray tube?

LP: The action: too much for some people but not me. Because I'm from that world where I can see everything that I want to see. If I think about a programme in my mind and say to myself; 'I think something like this should be on television now' I'll;l turn the television on and see it. It corresponds to what I want and am thinking.

KM: "Bionic Rats: what are they?

LP: Chris Blackwell is one of them. So I have to create a bionic cat to chew up the bionic rat. Then I'll take back the reggae.

KM: Where did you first hear the term 'bionic'?

LP: From the spirit that speaks The spirit always speak form the mountain peak. Always ready the spirits speak loud, I serve them by listening. Hearing, when one lose their hearing they lose everything.

KM: Is it possible to hear too much?

LP: Hear too much? Well if one activates their brain too much, but then I switch my brain to a normal level. To listen as a machine, Listening to human beings, I peep into their dream. I don't have no right to peep into their dream but they expose. Fly right into my machine and I read your dreams.

KM: Are there times when you want to turn off the information?

LP: Why should I disappear and leave so many fans here?

KM: Are you surprised at the level of interest in you?

LP: It was created especially for them and they know it. They hear it. I know my people and my people know my voice. My sheep followed my voice. Follow me everywhere, over the body, over the mountain, under the mountain, under the Earth, through the pipes, through the pipe man. They will go into the [word inaudible on the tape] and touch the rain. Blow the wind, roll thunder and flash lightning.

KM: Out of all the people you have worked with, who have you received the most from?

LP: Taught me the most? The people who be little and rob me.

KM: They teach you to be stronger, faster?

LP: Yeah, huh, huh, huh.

11.10.04

2+3+2+1+2

Duas coisas sobre a vida que eu aprendi com gravações de campo:

+ Quem nasceu para sofrer, deixa penar

+ Se eu gostasse de zuada, trabalhava no trator

Mais três sons que são muito gays, mas eu gosto:

+ Keane

+ Soft Cell

+ Human League

Seguidos de duas guloseimas com nomes que fazem referências geográficas que não fazem o menor sentido:

+ Amendoin Japonês

+ Torta Alemã

Acrescidos de outra referência geográfica que eu também ainda não consegui entender:

+ Copo americano

E finalmente duas músicas do Einstuerzende Neubauten que Yellow deveria ouvir pra tomar vergonha na cara e deixar de frescura:

+ Stella Maris

+ Ein Stuhl in Der Hoelle

8.10.04

É pra torar

Ontem eu conheci o Maurício Pereira no show do Mombojó. A maioria das pessoas da minha idade provavelmente o reconheceria da época em que ele era um terço d'Os Mulheres Negras. Os outros dois terços, obviamente, eram o André Abujamra. O engraçado é que, ao invés de reconhecê-lo pela fisionomia, eu descobri quem ele era porque ele estava conversando alguns detalhes sobre uma filmagem com uma equipe enquanto eu ajeitava alguma outra coisa na mesa. Aí eu pensei "porra, esse cara fala igual ao cara d'Os Mulheres Negras", quando algum de seus interlocutores o chamou pelo nome e pimba.

Conversamos principalmente sobre a condição do músico independente no Brasil atual, e é legal saber que tem como a galera se virar sem precisar pagar os jabás da vida. Mesmo a Nova FM, que parece tão inocente, tem uma tabelinha de 10 contos pra tocar sua música 2 vezes por dia em um mês. Imagina só. Mas dá pra viver sem isso tb. Aí Fabão ia passando, convidei-o pra conversa, e ficamos ali trocando essa idéia até o show começar e eu pegar no pesado. O cara é muito gente boa mesmo, e é sempre bom conhecer alguma pessoa cujo trabalho você admira e que se revela gente boa.

7.10.04

Dez músicas que, por mais tentadoras que sejam, ninguém nunca vai fazer uma versão melhor do que a original, de modo que é melhor desistir.

+ Police and Thieves - Junior Murvin
+ Helter Skelter - The Beatles
+ Superstitious - Stevie Wonder
+ Love Hurts - Gram Parsons
+ Enjoy the Silence - Depeche Mode
+ Get up, Stand up - The Wailers
+ What's Going On? - Marvin Gaye
+ Heroes - David Bowie
+ Maybe I'm Amazed - Paul McCartney
+ Without You - Harry Nilsson

Mussum ensaboado

Aboli o TIM festival. Estou liso, e o Kraftwerk é o Kraftwerk, mas digamos que, nesse contexto liseu, seria um exagero. Deus dê saúde pros velhinhos, pra que eu os encontre em outra oportunidade o mais breve possível. Além do que, as outras duas coisas que eu estava planejando fazer em SP provavelmente não iam rolar. Uma, fazer uns contatos profissionais, ia ficar apertado por causa do feriado. Outra, tocar com o Diversitronica, não ia dar porque meus companheiros de banda não estão numa situação financeira muito melhor do que a minha. Fica pra próxima.

E na semana posterior ao TIM, tem o congresso da ABET em Salvador, eu vou apresentar trabalho e tudo mais, então já vai ter esse dispêndio aí. Fico por aqui, e aproveito pra pegar uma praia com a galeguinha, já que tem feriadão.

6.10.04

5 + 3 + 2

Cinco coisas de que eu gosto e que deixam as pessoas desconfortáveis às vezes:

+ Camisa florida
+ Andar dos lugares para outros lugares
+ Einstuerzende Neubauten
+ Dormir no sofá da sala de tarde
+ Caçula e Marinheiro

Mais três conclusões a que eu cheguei:

+ 'Cheia de Charme' não é um plágio de 'Eye In the Sky', porque o Guilherme Arantes e o Alan Parsons são versões diferentes da mesma pessoa, feito Jango e Bobba Fett, sendo que numa clonagem musical.
+ O Erasmo Carlos consegue ser ao mesmo tempo um injustiçado e um vacilão.
+ Bizarre Love Triangle consegue ficar ainda mais gay na versão do Frente!.

E ainda dois apelidos sensacionais de Beto Legião:

+ Tamagachi
+ Beto DiCaprio

4.10.04

Eis que

Acabou se a papagaiada. Pelo menos pra nós, e eu não vou mesmo em Jaboatão nunca, então temos aí uns dois anos de paz garantida no que tange a jingles políticos. E é bom se preparar que Lavareda vai vir com todos os cachorros, gatos e papagaios que o dinheiro pode comprar em 2006.

1.10.04

Porque o Zumbi do Mato é a minha banda favorita de todos os tempos

Em entrevista na TramaVirtual

Zumbi do Mato

De onde? Jacarepaguá, Rio de Janeiro

Na ativa desde: 1989

De onde veio o nome? Da necessidade que as pessoas têm de atrelar um significante, vindo do campo proposicional, ao corpo de uma coisa (a significada), ainda que abstrato e emergente (um grupo, assim denominado, mais claramente se afigura algo mais que a soma de seus integrantes).

Integrantes: Ricardo Castro, Löis Lancaster, Henrique Ludgero, Zé Felipe.

Estilo: Fluxus.

Temática: Apesar de termos começado como aquela história de "banda baseada na inépcia para ser engraçada à moda dos filmes thrash de terror", seguimos como uma margem até disso (mesmo porque banda temática é como festa temática, uma chatice), estranhamento inclusive pra não ser mais isso, como acostumaram a nos ver. Aprendemos, de tanto tocar, um pouco de cada instrumento, e continuamos mesmo assim executando algo que as pessoas qualificam de "errado", como aquelas pinturas que os imbecis dizem que até seus filhos fazem.

História: Gosto muito da história de João e Maria.

Bandas favoritas: King Crimson, Frank Zappa, Van der Graaf Generator, Grupo Rumo, Arrigo Barnabé, Elomar, Gentle Giant, Mr. Bungle

Quantos discos? Quais? Três. Menorme, Pesadelo na Discoteca, Adorei a Mesinha (a sair).

Por que fazem música? Porque não gostamos de dinheiro. Senão, faríamos gênero de música, que é o que os comerciantes querem vender, e o público que não quer envolvimento real com a música quer ouvir.

Melhor show: Em 1992, no Cachaça in Concert, ingresso: um litro de cachaça, a ser repartido irmanamente entre as bandas.

Pior show: Para nosso fígado esse também foi o pior show.

Planos para o futuro: Não se preocupar com ele, embora muita gente insista para que o façamos.

Deus ou diabo? Ktulu.

Filme favorito? "Eraserhead", de David Lynch

Programa de TV: "Seinfeld", na falta de coisa melhor

Coisa mais bizarra que já rolou com a banda: Uma vez eu cheguei numa garota muito alta, do tipo que gosto, num show em Ubá. Ela me disse "você com essa banda não pega ninguém."

A promiscuidade no Jornalismo Pernambucano

Uma coisa que eu tenho nessa vida é amigo jornalista. Meus melhores amigos em ambos os gêneros são jornalistas. E vários outros. Das duas escolas em que eu estudei aqui em Pernambuco, acho que uns bons 30% foram enveredar pelo jornalismo. Aí eu fui estudar no CAC, e consegui arrumar mais amigos jornalistas ainda. Muitos mesmo. E pra completar, pessoas como Haymone, que poderiam estar fazendo qualquer outra coisa que bem entendessem, ainda inventam de serem jornalistas. Até eu mesmo quase fui, mas resolvi que liso por liso, eu seria um liso mais feliz tendo estudado música.

O efeito colateral principal de ter um amigo jornalista é ir parar no jornal de vez em quando. Eu, particularmente, já apareci em quase todos os cadernos dos jornais daqui, nas reportagens mais exdrúxulas possíveis. Eu já paguei de fã de Guerra nas Estrelas pra uma matéria de Lule na TVU, e falei sobre os problemas de ser baixista e canhoto ao mesmo tempo. Mas o título de super-campeã vai, obviamente, pra matéria de dia dos namorados de 2001, em que eu e Syl fomos capa do caderno de informática - casais que se conheceram pela internet. Um ano depois a gente já tinha uma filha, mas graças a Deus não ligaram de novo.

Meus amigos não-jornalistas também. Eu me lembro que, nos tempos idos de Felipe no Diário de Pernambuco, volta e meia eu lia depoimentos do estudante de direito Luís Carlos Figueiredo - vulgo Luih Metranca, ou do estudante de comunicação André Édipo - nosso conhecido André Negão. É uma festa. Hoje me aprontaram outra. Ligou uma moça aqui pra perguntar se eu acho ruim quando pessoas que eu não conheço me adicionam no orkut. Eu disse que era nenhuma e que achava que as pessoas levavam a internet muito a sério, pra ficar criando caso com uma besteira dessas. Mas que por outro lado eu não era nenhum maníaco depressivo com problemas de carência pra ficar botando todos os detalhes da minha vida pessoal por aí, à disposição das inclinações onanísticas de outrem. Então, pra mim, é nenhuma.

E pensando bem, nunca é tarde pra conhecer quem eu não conheço.

29.9.04

The world is a ghetto

Ontem eu descobri, no meio das conversas na mesa, que existe um seriado equivalente ao "Os Assumidos" para Lésbicas. Fiquei incrível. Pensando sobre o assunto, cheguei a conclusão que os seriados são a maior prova de que a nossa sociedade, ou talvez a sociedade Anglo-Saxônica para a qual tais seriados são primeiramente produzidos, chegou a um nível de compartimentação nunca dantes experimentado. Ou seja, não dá pra fazer um seriado com homem, mulher, viado, lésbica, preto, japonês e latino tudo ao mesmo tempo, porque as pessoas - pelo menos no eixo EUA-Europa, não vivem mais assim. Preto só vê seriado de preto, não se vêem pretos no seriado dos brancos - quem conseguir citar a última vez em que um negro apareceu em Friends em menos de três minutos ganha um disco do 50 Cent - viado só vê seriado de viado, lésbica só vê seriado de lésbica e assim por diante. Terrível isso.

O mais engraçado disso tudo é que as histórias são todas as mesmas. Neguinho leva chifre, briga com o amigo por besteira, conta piada, só que nos sabores homem, mulher, viado, lésbica, preto, japonês e latino. O que também reflete a realidade, todo mundo faz cocô, trepa e paga conta, sendo que hoje em dia, dentro de seus próprios nichos. O que é muito mais chato.

Mas eu não vou ficar pra trás. Estou me preparando para o futuro. Inclusive, pensei uma série de séries que podem fazer muito sucesso quando a merda virar o boné de vez:

+ The Acousmatics - Compositores de música eletroacústica trabalhando em um departamento de música no norte do País de Gales se vêem às voltas com as dificuldades em organizar concertos de difusão sonora, organizar o tempo que cada um tem no estúdio e comer uma pizza decente. Possíveis cameos de Stockhausen - no papel de zelador, Jonty Harrison - no papel de dono de som, e Aphex Twin - no papel de um aluno que não sabe lhufas de composição, que inclusive não ia ser difícil de interpretar.

+ Get your hands off my Jag - Três jovens fãs de música alternativa, no quarto de um deles, decidem qual disco vão ouvir pela milésima vez, entre o Loveless, o You're Living All Over Me e o Automatic, e se metem em incríveis aventuras ao saírem do quarto para buscar um copo de Coca Light na cozinha. Possíveis cameos de J Mascis como zelador, Kevin Shields como vizinho e Bilinda Butcher como a mãe de um deles - até porque ela deve estar precisando de um emprego.

+ The McCartneys - Grupo de auto-ajuda para baixistas de banda cover dos Beatles sediado em Liverpool batalha por uma sede própria enquanto seus participantes buscam a felicidade espiritual e uma linha de crédito para comprar Rickenbackers. Possíveis cameos de Paul McCartney como zelador, Ringo Starr como guarda de trânsito e George Martin como gerente de banco.

+ Las Calorosas - Cinco mulheres na menopausa arrumam o que fazer agora que elas não podem mais botar menino no mundo, enquanto seus filhos descolam incríveis dívidas com seus cartões de crédito. Possíveis cameos de Julio Iglesias como zelador, Zélia Duncan como psicóloga e Alexandre Garcia como Julio Iglesias.

+ Os Barbudinhos - Contendas entre um fã-clube do Los Hermanos e um fã-clube do Renato Russo agitam a vida de um bairro da Zona Sul Carioca, e seus membros se metem em incríveis trapalhadas tentando conseguir autógrafos do Dado Villa-Lobos e do Marcelo Camelo. Possíveis cameos de Rodrigo Barba como zelador, Marcelo Bonfá como atendente de loja de sucos e Nelson Motta como gari.

27.9.04

Gram Parsons é que sabe das coisas

I've got chores to keep me busy
A clock to keep my time
A pretty girl to love me
with the same last name as mine

Coisas boas dessa vida

+ Baixo Fender
+ Edredon
+ Suco de Morango com Leite
+ Empregada que sabe cozinhar bem
+ Órgão Hammond
+ Praia
+ Sandália de dedo
+ Caixa Leslie
+ Reverb de Mola
+ Violão de 12 Cordas

Vou alimentando a ilusão de um plano astral, desfrutando os prazeres do mundo material...

Hoje eu achei o meu CD do Marcelo Birck, que eu estava procurando há algum tempo. Que disco bom da porra. Não bastasse ser muito bom mesmo, o disco ainda tem alguns dos melhores títulos desse planeta, como "O Iê-iê-iê do Oiapoque ao Chuí" e "Biquinis em Versos".

Enquanto isso, a jornada do Arkology continua. Ao infinito e além.

25.9.04

É realmente um talento arrebatador

Pra não dizerem que eu estou inventando, vou citar palavra por palavra essa pérola pinçada do Jornal do Commercio de hoje:

"Los Jubilados - que faz uma versão acústica da música de Cuba que o mundo começou a admirar após o sucesso do filme Buena Vista Social Club."

Lindo, não? Dá até pra jogar o jogo dos Sete Erros. E a parte do mundo? No mundo inteiro, as pessoas só começaram a ouvir música cubana por causa do BVSC, capisco?

Só se foi no mundo encantado da Fundaj, cara-pálida.

24.9.04

Like daughter, like dad

Júlia agora descobriu que os brinquedos do Playstation se movimentam e acendem luzes, mediante o uso de um cartão devidamente creditado. E de tanto levar a menina no Game Station, eu estou começando a usar alguns desses créditos eu mesmo...

23.9.04

Zé Carlos

Há mais ou menos um ano atrás, eu fui ao Rio masterizar um disco que eu gravei e mixei. Um grande disco, inclusive, com uma capa grandiosamente horrível, chamado Choros Pernambucanos Vol.1, do Sexteto Capibaribe, um grande conjunto de cordas dedilhadas aqui da nossa terrinha, sob a batuta do Mestre Marco César.

Numa sessão de masterização, você acaba conversando muito com o técnico. Eu e o Carlos Freitas, por exemplo, já conversamos de tudo um pouco nos tantos discos que eu fiz por lá. Mas nesse dia em particular, a conversa mais bacana que eu tive não foi com o Guilherme, que masterizou o disco, nem com o Ricardo Garcia, dono do estúdio e um fã ardoroso de Guerra nas Estrelas assim como eu.

O papo do dia foi um dos outros técnicos do estúdio comentando com a rapaziada que outro dia, durante a master do Zeca Pagodinho, o próprio aparecera no estúdio acompanhado de um amigo, o Zé Carlos, que lhe parecia extremamente familiar. O cara pensou, pensou, e nada de lembrar de onde ele conhecia o tal Zé Carlos, até que, lá pra uma semana depois do acontecido, se deu conta de que o Escadinha tinha visitado o estúdio.

Vicente fazendo escola

Eu juro que eu vou tirar uma foto do boneco cotó do Vicente André Gomes. Até lá, vocês podem conferir que o homem já está fazendo escola pelo Brasil.

22.9.04

A prefeitura trabalha

E está asfaltando a minha rua. Esse foi o melhor exemplo pra provar que, uma vez que o processo democrático no Brasil é realmente uma palhaçada, melhor seria ter eleição todo ano. Por um período de dez a vinte anos, vá lá que seja. Dessa forma, todas as ruas que precisam de recapeamento seriam devidamente atendidas, todas as comunidades carentes receberiam o apoio de que estão precisando, várias estradas sairiam do papel. É verdade que seria difícil aguentar jingles e campanhas ano após ano - eu mesmo já jurei o Vicente André Gomes de morte umas duas vezes HOJE - mas é pelo bem do povo e felicidade geral da nação.

21.9.04

Deu pau

Eu estava ouvindo hoje uma faixa intitulada "Damião Experiença no planeta folclore", e divagando, cheguei à conclusão que eu quase não estou mais conseguindo ouvir música normal. Isso é uma coisa muito séria. Outro dia eu baixei o "Complete B-sides" do Pixies. Por mais que tenham várias músicas ali que eu queria ouvir, cujas gravações em fita K7 já sumiram nessas mudanças todas, o meu sentimento era meio "E daí?". Mas aí eu baixo um negócio desses e fico totalmente empolgado. E não é só Damião não. Tem o Babau do Pandeiro. Soul Demétrio. Sabe-se lá quantos mais, por aí, me aguardando.

É bem verdade, eu sempre fui assim. Antes mesmo do antológico disco do Ercílio Leite adentrar a minha vida, há mais de dez anos atrás, eu já tinha uma queda por coisas bizarras. Sempre dava uma ouvida no rádio da empregada, sempre ficava com vontade de comprar os discos com as capas mais bizarras. Não comprava porque era liso. Quando começou a sobrar dinheiro, o vinil baixou de preço, e aí foi festa. Eu tenho um disco feito em homenagem à reconstrução da Praça da Sé em São Paulo. Outro chamado "O Mundo é Bom", em cuja capa o cantor aparece com a mulher e o filho de colo.

Mas até recentemente, era uma coisa controlável. Pra cada disco desses, eu comprava uns dois ou três de bandas legais, artistas consagrados que cantam no tempo e na tonalidade. Só que foi aumentando, e hoje em dia, fudeu. Eu quase não acho mais graça em música certinha. Quando eu acho, geralmente é música country. O resto é barulho e bizarrice.

17.9.04

Arquétipo é bóia

Esse lance de Carl Jung, arquétipos e pá, é uma festa no mundo da música. Eu estava pensando sobre isso hoje de manhã, na verdade a partir de um outro raciocínio, eu estava pensando sobre Bob Marley e aí acabei chegando nessa linha de pensamento. Por exemplo, Bob Marley, no arquétipo e na prática tb, é uma dessas figuras paternais extremas, o grande campeão e tal. Feito Luiz Gonzaga. Inclusive, foi isso que me fez chegar nesse negócio psicológico, eu estava pensando que era uma grande injustiça as pessoas que não gostam de Bob Marley dizerem que não gostam de reggae, porque este está para aquele como o forró está para Luiz Gonzaga. Não há, em ambos os gêneros, figura mais poderosa que esses dois, desde o repertório até o physique du rôle. Mas, obviamente, nem o mundo do reggae, nem o mundo do forró se limitam a Bob Marley e Luiz Gonzaga.

E o que me fez chegar no Bob Marley, foi o Peter Tosh. Que já faz mais o tipo revoltado, tipo um John Lennon, Marvin Gaye, da vida. Aquele que dá trabalho, mas vale a pena. Tem outros também, como por exemplo o fanfarrão, vide Ringo Starr, Keith Moon e Sérgio Negão. Esses modelos se repetem em diversas gerações, bandas, estilos e localidades do mundo. Num dia mais inspirado e com menos sono, eu mesmo escreveria um longo e interessante texto sobre o assunto, com diversos exemplos. Mas se alguém quiser, mande brasa também. Na verdade, essa conversa toda só rolou porque eu baixei o Legalize it, e esse disco é bom demais.

16.9.04

Mais um. Ou menos.

Johnny Ramone, o guitarrista mais influente de todos os tempos, morreu hoje aos 55 anos. Da formação original, só sobrou mesmo o Tommy pra contar a história.

15.9.04

Feliz 5765

Pois é, hoje é o ano-novo judaico, e estamos entrando em 5765. Que beleza.

14.9.04

Mais itens inúteis para a sua vida inútil

+ Tem coisas que só João Babão faz pra você. Até hoje, por causa dos seus cálculos mirabolantes para otimizar o tempo de gravação de uma fita cassete, eu acho que 'Gouge Away' é a segunda música do Doolittle.

+ A polêmica do novo hype já está dividindo opiniões. Enquanto alguns proclamam uma antiga admiração pelas mais diversas variantes da música caipira americana, outros começam a pesquisar o gênero com cautela, pra não dar muita pinta.

+ Outro hype que é capaz de pintar também é uma repentina adoração coletiva por Zamfir, o mago das flautas de Pan. Quem vai gostar vão ser os peruanos.

12.9.04

Empatou

Eu baixei a música nova do Pixies, e achei legal. Ainda não tirou a impressão de que cada geração tem o Rolling Stones que merece, mas quase empatou o placar.

9.9.04

Bilhete para passear

Mamãe, olha seu filho aqui na TV Jornal. O detalhe é que o quinteto Badminton, que era um duo quando gravou o disco Petroliana - em breve no tramavirtual - hoje é um quarteto e era um trio nesse show da foto. Um trio para lá de Bagdá, tremendamente manguaçado dentro do aquário onde esse show aconteceu.

8.9.04

Mate o véio, mate o véio

Ontem, por meio destes milagres da pirataria, eu assisti ao Kill Bill, inteiro, assim o volume um seguido do dois e tal. Eu me diverti muito, mas tenho muito medo do que eu ainda vou ouvir as pessoas comentando sobre esse filme. Com certeza, eu ainda vou ouvir alguém dizer que é uma obra-prima. Com mais certeza ainda, um monte de gente vai esquadrinhas as duzentas mil referências exploradas no filme, citando fonte com data e detalhes de produção. Isso fora as festinhas, que vão se condicionar à trilha sonora - que como sempre é muito boa - por uns dois ou três anos.

Aí agora os cabecinhas vão finalmente deixar de ouvir funk - que eles passaram a ouvir quando viram Jackie Brown e Boogie Nights, porque antes eles ouviam surf music - e passar a ouvir música country. Escrevam o que eu estou dizendo, vocês ainda vão ouvir alguma música do Johnny Cash em alguma edição vindoura do DJ's de padaria. Ou na próxima festa que seria de black music, mas que inevitavelmente vai passar a ser okie music. Engraçado vai ser o povo mudando de roupa.

Carnaval 2005, então, vai faltar napa amarela no mercado. Quem quizer sair de Beatrix Kiddo é bom comprar logo a sua.

6.9.04

Dez motivos porque Deus não deu asa a cobra

Num arroubo de fanatismo e generosidade - com o dono da banca - comprei uma edição recente da revista SPIN, com os Pixies. Ora, depois do show 'empolga mas nem tanto' de Curitiba, porque catzos eu compraria uma revista com a banda na capa? Porque a reportagem de capa é uma entrevista sem precedentes com a banda contando a própria história, que está lá, quase completa não fosse a recusa dos caras em falar tocar no assunto 'a bronca entre a Kim e o Charles foi uma foda mal-dada mesmo ou era outra coisa?'. A verdade por trás dessa relação tão complicada, assim como a verdade por trás da final da Copa do Mundo de 1998, ficou pra depois. Verdade por trás é assim mesmo.

Entre as outras coisas bacanas da revista, uma coluna me chamou a atenção por desenvolver o tema da 'banda dos sonhos', propondo algumas regras para a confecção da formação perfeita. Basicamente, é o exercício de reunir um baixista, guitarrista, vocalista e baterista e um quinto elemento opcional, naquela que teria sido a melhor banda de todos os tempos. O cara colocou algumas regras lá, como nenhum membro poder acumular funções - ou seja, o Paul McCartney ou canta, ou toca guitarra, ou toca baixo - e estabelecer que o John Bonham é hors concours. Já na minha lista de 10 bandas dos sonhos, eu vou me ater a músicos vivos. Tentando não repetir. E vamos lá com as dez mais jamais ouvidas:

1 - Joey Santiago, Billy Ficca, Mike Watt, Rob Coombes + David Bowie. O cabelo já caiu só de pensar.
2 - Jonathan Greenwood, Matt Cameron, Billy Gould + Karen O.
3 - Lee Ranaldo, Ginger Baker + Charlie Haden.
4 - J Mascis, Dave Grohl, Flea + Iggy Pop.
5 - Judah Bauer, Larry Graham, Dr. John, Tony Allen + Mike Patton.
6 - Arto Lindsay, Thom Yorke, John Zorn, Bootsy Collins + DJ Shadow. E uma ambulância, faz favor.
7 - Tom Verlaine, Jan Garbarek, Junior Areia + Stephen Perkins.
8 - Stevie Wonder, Robbie Shakespeare, Pupillo + Ali Farka Toure.
9 - Paul McCartney, Danny Goffey, Raymond McGinley + Jay Bennett.
10 - Neil Young, Nels Cline, Jeff Ament + Murph.

1.9.04

Quando eu resolver escrever mais de dois parágrafos conexos de novo, eu aviso

+ Depois de ser o nome de vila e a estação de trem maior do mundo, Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch, ponto com, é o maior domínio do mundo. Esses galeses e suas idéias mirabolantes. Mas possa crer que o lugar é massa.

+ Eu vi um show do irmão do Lenny Gordin hoje. Guitarra é bom e eu gosto.

+ E por falar em guitarrista bom, encontrei Fernando Catatau, o cidadão instigado. Alguém aí quer rachar um gravador de oito pistas em fita de meia polegada?

+ No porto de Salvador, tem navio americano.

31.8.04

Tubo pacas

Haymone botou uma foto da família dos Clarinetes, e eu tinha visto essa que é super legal tb.

30.8.04

Pattern Recognition

+ Eu acho que eu venho muito mesmo a São Paulo. Os dois computadores que eu usei hoje já tinham meu nome cadastrado como usuário do MSN Messenger.

+ A casa do Giuliano é um dos lugares do mundo onde eu mais vejo pessoas diferentes a cada visita.

+ Eu preciso descolar um jeito de descolar esse DVD-A do Elis & Tom de grátis.

+ Eu não tenho mais gatos em casa, e acho que sou mais feliz assim.

+ A campanha para vereadores aqui é uma coisa simplesmente inacreditável. E pra prefeito tem a Dra. Havanir.

A cidade dos meus amores

Eu estava desenvolvendo uma teoria hoje tomando café-da-manhã na Padaria Cisne, aqui ao lado do Classic Master, sobre como cada cidade tem pequenas coisas que são muito legais. Daí, eu desenvolvi o plano da cidade perfeita, devidamente esquadrinhado no nosso formato de 10 itens. Apois a minha cidade perfeita teria:

1-As padarias de São Paulo.
2-A topografia do Rio de Janeiro.
3-As praias de Paúba a São Sebastião
4-O sistema de transporte público de Londres.
5-As árvores de João Pessoa.
6-O sítio histórico de Olinda.
7-As igrejas de Salvador.
8-A densidade populacional de Curitiba.
9-O trânsito de Brasília.
10-A Avenida Norte, porque ninguém é perfeito.

26.8.04

De volta

10 Coisas que vieram à minha cabeça enquanto eu espero mais um CD terminar de queimar:

1 - Eu estou com muita fome.
2 - Eu não consigo uma pensar em uma maneira de explicar o quanto mais eu gostaria de estar em Paúba do que aqui no estúdio da UFPE nesse exato momento.
3 - Definitivamente, o meu entusiasmo em relação ao desempenho do Brasil nas Olimpíadas é diretamente proporcional à minha proximidade de um televisor ligado.
4 - O Pavement é - ou foi - definitivamente a maior concentração de palermas de que já se teve notícia. E justamente isso faz com que eu goste pra caralho da banda.
5 - Talvez seja por isso que o Stephen Malkmus esteja investindo tanto na imagem de bonitão agora. Mas ele sempre vai ser um tanto quanto palerma.
6 - O CAC é um dos lugares mais bizarros do mundo à noite.
7 - Esse estúdio é muito frio mesmo.
8 - Eu definitivamente estou com muita fome.
9 - O mundo poderia ser um lugar mais limpo e menos barulhento. Acho que seria melhor pra todo mundo.
10 - Poucas piadas funcionam no MSN. Mas perguntar se o cara sabe qual é a diferença entre o cu e o copo d'água sempre funciona.

Bring on the new Messiah, wherever he may roam

+ A TRIP me chupou bonitinho. Vejam na edição de agosto. Tem um glossário com o termo "Retrossexual". Yeah right.

+ Estamos no maior clima de Olimpíadas lá no Mr. Mouse preparando o disco da candidatura que o Ministério do Gilberto Gil vai propor à Unesco, para que o Samba de Roda do recôncavo baiano se torne patrimônio imaterial da humanidade. Tomara que a gente não fique em quinto atrás da Romênia.

+ Estou baixando o que eu acho que é o primeiro disco solo do Gene Clark. Comentários em breve.

24.8.04

Baiana me pega

Estamos aqui entrincheirados nas suntuosas instalações do Mr. Mouse mixando o disco dos Sambas de Roda do recôncavo bahiano - eu sei que já mudou, mas eu acho muito mais legal escrito assim - em poucas horas, para o Brasil poder pleitear mais uma vaga no Patrimônio Imaterial da Humanidade. Nada melhor, então, do que fazê-lo acompanhando os jogos olímpicos. Só tomara que esse fumo que o Brasil está levando por lá não se repita na Unesco, e a comissão julgadora prefira a música dos esquimós da Patagônia, ou ainda de algum lugar da Romênia.

20.8.04

Eu não consigo mais desenvolver idéia alguma

+ O show do Badwilson foi aquela podreira de sempre. Essa formação power trio do BW não tem a menor vergonha na cara. Mas é sempre divertido. A intimidade entre eu e Felipe já chegou a um ponto em que eu não acho estranho ele resolver tocar 'Too Hot' do nada. A gente devia também ter tocado um réquiem pro caixa de Chapeleta, porque aparentemente já era.

+ O mundo gira em torno das Olimpíadas, ou o mundo menos eu. Eu não faço a menor idéia do que está acontecendo. Eu só vi o rebolado da Daiane - aliás, eu nem sei como se escreve Daiane, devem estar faltando uns ípsilons e enes aqui. Outro dia eu estava conversando com Rafael Bob que a última Olimpíada que eu realmente acompanhei foi a de Seul, com exceção da campanha do Basquete Brasileiro em 92 - e dos jogos fuderosos do Dream Team, que era realmente um time dos sonhos, não essa merda de hoje em dia. Por sinal, eu me indago por onde andará Charles Barkley.

19.8.04

One to go

Agora só falta mixar uma do Sivuca. E outro disco na semana que vem.

18.8.04

Viva o véio

Se existe um gênio na música brasileira, este é Hermeto Paschoal.

Curtas

-Ontem outra pessoa se jogou do CFCH. Isso está ficando estranhamente corriqueiro.

-Em geral, a razão porque discos e faixas póstumas não foram lançadas pelo vivente que eventualmente faleceu é porque o material não era bom o bastante. Porque algumas pessoas insistem em não lembrar disso?

-Há coisas que só a música country faz pra você. Hoje de manhã eu fui recebido na minha rádio favorita com uma canção chamada "I'm a truck", interpretada por um cidadão de nome artístico Red Simpson. Na letra, o caminhão em questão lamenta o descuido e o abandono do seu querido dono.

11.8.04

Um exemplo a ser seguido

Eu ganhei um presente genial de dia dos pais. A caixa do Pet Sounds, com vários discos extras, onde tem faixas só com as vozes, só com as bases, a mixagem mono original, e uma mixagem em stereo de verdade feita quando a caixa foi lançada. Pra quem gosta de saber como os discos foram feitos, feito eu e meus amigos, não tem presente melhor. Aí eu estava pensando que, dado que a indústria fonográfica é mesmo um vampiro, eles pelo menos poderiam fazer direito, e lançar versões semelhantes do London Calling, White Album, Daydream Nation, etc. e tal. Se bem que pra mim isso ia ser um prejuízo fela da puta.

O que mais impressiona, na verdade, é o disco das vozes. Isso mesmo, o cara desligou todos os canais da base e deixou só as vozes. Se você pensava que os caras cantavam muito, espere até ouvir desse jeito. Aí você vê o verdadeiro tamanho do boné. Porque com a base tem muita nota dobrada por outros instrumentos, aquela massa sonora toda, então boa parte do trabalho genial de harmonização dos caras acaba meio escondido mesmo.

Ouvindo esse disco, você até agradece pelo Brian Wilson ter surtado de vez e parado. Porque se o negócio continuasse do jeito que ia, a terra ia rachar no meio.

10.8.04

Wednesday morning at five o'clock as day begins...

Hoje gravamos as harpas do disco do Sivuca com a OSR, e eu não consigo tirar "She's leaving home" da cabeça...

5.8.04

Duas coisas

Ontem à noite eu tirei um som. Fazia um bom tempo que eu não tocava assim de supetão com ninguém, hoje em dia eu toco muito pouco, e o pouco que eu estou tocando é com Leo e William, e com o Badminton, então foi uma novidade bem-vinda. Eu toquei com a Parafusa - inteira, dois baixos e a porra toda, duas músicas dos Beatles e "Meu bem não me quer". Obviamente, sem ensaio e escolhendo assim na hora, em cada música teve alguma coisa que alguém esqueceu, feito eu que toda vez esqueço a harmonia de "Ticket to Ride". Mas foi divertido, e tocar com Lucas na bateria é sempre um caso à parte.

O intrigante é que a maioria das músicas 'roubadas' ontem era dos Beatles ou da Jovem Guarda. Tudo bem, são músicas relativamente fáceis, e a não ser que a pessoa tenha um problema congênito que não consiga decorar a harmonia de "Ticket to Ride" de uma vez por todas, é super-fácil de roubar. O que eu me questionei mesmo foi porque ninguém nunca rouba outras músicas que são igualmente super-fáceis de outras épocas?

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Essas viagens à Bahia estão sendo uma verdadeira viagem à minha infância. Semana passada, eu fui no Tororó, mas já tinha comprado uma garrafa d'água e sendo um homem comprometido não parei para prestar atenção se lá havia belas morenas para que eu lá as deixasse - tanto falei e olha aqui o modo subjuntivo mostrando o seu valor. E agora, eu vou pra Maracangalha. O meu pai cantava essa música pra me botar pra dormir, e eu também canto pra Júlia. Aí hoje de manhã eu estava contando pra Júlia que eu ia pra lá e ela me perguntou se eu ia levar o meu chapéu de palha. Sim, vou, e devo levar pelo menos uma camiseta branca. Mas também devido ao meu comprometimento, a Nália vai ficar sem convite. Eu queria chamar a Júlia, mas acho que vou ter que ir só mesmo.

Gostei tanto que virou post

Leospa é o criador de uma escola importante na bateria contemporânea, a "no-kick". Trata-se de uma técnica apurada onde o músico usa o bumbo com parcimônia, tocando-o em média uma ou duas vezes por música, geralmente em algum lugar do compasso que não o tempo forte. Seguidores de diversos estilos e lugares são adeptos do 'no-kick', como Marcelo Bonfá e Fabrizio Moretti, este último também criador de escola, a famosa 'I'm stiff like a drum machine but still manage to play out of time'.

Aqui em Recife, temos um fenômeno único, um músico que reúne as duas escolas em uma só. O bicho é tão bom que eu não posso nem falar o nome para ele não ser assediado pelos grandes nomes da bateria mundial atrás de conhecimento. Só posso dizer que ele tem as mesmas iniciais do Gram Parsons, e é tão bom na 'no-kick' que 'papa' todos os bumbos.

4.8.04

10 coisas aparentemente inúteis

1 - Apêndice
2 - Yngwie Malmsteen
3 - ADAT
4 - Floyd Rose
5 - Sid Vicious
6 - Corda velha
7 - Orkut
8 - Leospa
9 - Modo Subjuntivo
10 - Essa lista

29.7.04

As facilidades da vida moderna

As coisas estão muito fáceis. Eu cheguei à essa conclusão outro dia, arrumando umas coisas em casa, e cuidando de jogar fora pilhas e mais pilhas de quinquilharias acumuladas em mais de dez anos morando em casa grande. Pra se ter uma idéia, eu encontrei os últimos cachos da minha cabeleira de dez anos atrás, cortada ao passar no vestibular. Mas antes de cortar, eu selecionei alguns cachos que foram prometidos a várias mulheres que achavam uma pena cortar uma cabeleira tão bonita. Algumas não receberam e os meus cabelos ficaram por ali virando dreadlock até anteontem, quando foram todos devidamente dispensados das suas funções de souvenir de Zé Guilherme cabeludo.

No meio da papelada, volta e meia surgiam fanzines dos mais diversos cantos do país, isso tudo graças a um único fanzine que eu fiz na vida - na verdade foram duas edições, mas a primeira não teve tantas cópias assim - e mandei para todos os amigos e bandas que eu conhecia na época. Aí eu me lembrei dessa época, em que a gente tinha banda independente mas não tinha internet. Pra mim, que conheci a mãe da minha filha por e-mail, esse tempo é um tempo muito, muito distante. Dos fanzines, confesso que joguei boa parte fora também, só guardei os mais bonitos, criativos ou com textos que eu ainda tenho interesse em ler.

Essa época era uma febre de correio da porra. Acho que a ECT ganhou muito dinheiro com a cultura alternativa no Brasil, porque menino, como tinha carta indo prum lado e pro outro. E tinha um negócio muito engraçado que eram umas filipetas que a gente mandava dentro das cartas, fazendo propaganda de outros fanzines e bandas. Também guardei alguns, e joguei pilhas e pilhas de outros fora. Tinha um outro negócio também, só que isso era mais entre os correspondentes - eu já tive milhares de correspondentes pelo mundo afora - em que fulano fazia um livrinho e este ia passando de pessoa em pessoa e cada um colocava o seu endereço e o que bem entendesse, aí quando o livrinho enchia você tinha que mandar pra primeira pessoa da lista e tal.

Por um lado, é tudo menos romântico hoje em dia. Você não escreve mais pra um cara em Piraporanga dos Aflitos, Acre, e pede pra comprar a fita demo da banda dele ou trocar por alguma demo de uma banda da sua cidade. Você vai em algum site e baixa uma música. Você também não fica sem saber se a menina com quem você está se correspondendo no Japão é gatinha ou não, tem um fotolog, um perfil no orkut pra você se informar. É mais fácil, e talvez um pouco menos legal, mas definitivamente ocupa menos espaço no seu apartamento pequeno.

28.7.04

De volta à UFPE

Desde, sei lá, março eu acho, que eu estou fazendo uns trabalhos aqui no estúdio do Depto. de Música da UFPE. Esse ano comemorar-se-iam 10 anos da minha entrada como aluno nessa instituição, se isso lá é coisa pra comemorar. É engraçado estar de volta, assim de vir pra cá todo dia, porque inevitavelmente você lembra das coisas da época em que era aluno, feito chegar na cantina e encontrar Cristiano Ameba tomando café e fumando cigarro. E obviamente, Marcelo Demo e Queóps "Régis Diagonal" Negão, as onipresenças do CAC, que hoje em dia debandaram de verdade.

Algumas coisas mudaram. A cantina, por exemplo, mudou. Sem saber, eu comi uma das últimas delícias de queijo de todos os tempos. Agora a gente precisa ir até o CFCH pra ter uma intoxicação alimentar. Mas pode ir no Pra?ada alimentar-se da misericórdia de Krishna. O banheiro agora tem papel higiênico quase todo dia, e não fede tanto a urina fermentando o tempo todo. Fede um pouquinho, mas menos.

Outras coisas nunca mudam. Bel, por exemplo, continua vagando pela área da graminha, aparentemente sem ter o que fazer. Tem aquele cara também, que eu acho que se chama Zito ou Zizo, que faz uns jornaizinhos, e que fica sempre por ali argumentando. Ultimamente ele está sempre acompanhado do Leonardo, que é um cara que estudou comigo na 5ª e na 6ª série no Dom Bosco, e eu era tipo o único amigo dele na escola. Ainda sou, mas a gente conversa pouco.

O departamento, eu acho que está mais legal. Pelo menos, tem mais pessoas legais circulando, inclusive entre os professores. E o estúdio está sendo mais usando, o que é muito bom pra todos. Eu me lembro quando nem tinha estúdio, tinha uma sala caindo aos pedaços onde a gente fazia revezamento de dormida nas aulas do Prof. Zé Amaro. Metade da turma dormia meia aula, depois trocava com a outra metade, que dormia a outra parte da aula. De vez em quando uma afetação mais barulhenta vinha do teatrinho, aí a gente acordava. Hoje em dia quando uma afetação mais alta vem do teatrinho, geralmente a gente precisa parar o take no meio e voltar do começo.

Outra coisa que não mudou é que a professora de arquitetura que ia cuidar disso não cuidou, e estamos desenvolvendo uma teoria de que ela só está vindo fazer medições aqui pra dar aula mesmo.

23.7.04

Inaugurando nada de novo

Eu criei aquele blog lá em baixo pra botar uns textos autorais, um negócio assim meio pretensioso mesmo. Mas não deu muito certo ainda, porque se eu mal tenho tempo pra escrever música, pra escrever assim textos pretensiosos menos ainda. Só que eu resolvi tentar fazer o que eu já tentei fazer nesse blog aqui de novo lá, fazer tipo uma coluna. Aqui virou putaria mesmo, então não adianta. Então eu resolvi experimentar. Hoje eu escrevi um texto de três parágrafos que eu achei uma bela merda, mas botei assim mesmo pra servir de referencial. Acho que semana que vem eu escrevo outro, ou na outra. Não sei se eu vou eventualmente escrever sobre música. Ainda não escrevi. Bom. Eu mudei o nome do link, agora é "A coluna", e quem quiser ler, leia, e quem não quiser vai continuar sendo meu amigo do mesmo jeito.

20.7.04

Às vezes dá bronca

Caros leitores deste humilde,
 
O meu teclado parou. Alguma coisa muito louca no meu computador caseiro. Estou terminando os backups - que dá pra fazer só com o mouse - pra reconfigurar tudo e tal. Então pode ser que eu demore alguns dias pra escrever de novo e de verdade aqui. Mas está tudo bem.

13.7.04

Aquela lista da qual eu falei outro dia

10 items de dez outras listas de dez

1 - Levar Multa - #5 da lista de dez coisas que eu acho importantes para a manutenção da ordem mas detesto quando acontecem comigo.
2 - Nigel Eaton - #3 da lista de dez artistas que eu descobri recentemente e nos quais eu me amarrei.
3 - Tomar chá com leite - #10 da lista de dez hábitos pernósticos que eu tenho.
4 - Mário Câncio Oliveira dos Santos - #4 na lista de dez pessoas que eu não conheço.
5 - Dominó - #7 na lista de jogos que eu realmente me divirto jogando.
6 - Beto Legião - #2 na lista de pessoas que sabem o segredo do universo mas ainda não conseguiram me explicar.
7 - The Drugstore Ninjas - #6 na lista de dez bandas que eu montei mas que nunca ensaiaram nem fizeram show.
8 - Parlapatão - #9 na lista de palavras da língua portuguesa que eu gostaria de encontrar uma oportunidade perfeita para utilizar.
9 - Boa Viagem - #1 na lista de bairros do Recife que poderiam virar um estacionamento, ou extensão da praia.
10 - Padaria - #8 na lista dos dez tipos de estabelecimentos que mais drenam as minhas economias.

12.7.04

De volta

Voltei. E estou com preguiça de escrever.

8.7.04

The road is my heart and soul

Ou "lá vamos nós de novo". Mas eu não posso dizer que não fiz por onde. Começa nesse fim-de-semana mais uma maratona de viagens para lugares diversos. Primeiro Garanhuns, fazer som pr'A Roda, Superoutro, Mônica Feijó e Mombojó, e de repente tirar um dia de folga que ninguém é de ferro, muito menos eu.

No próximo, Natal com Mombojó e Mellotrons. Nos dois últimos finais de semana de julho, vou para o interior da Bahia com Sandroni gravar coisas por lá. É complicado, é preciso muita compreensão por parte dos familiares, eu morro de saudades toda vez, mas esse é o meu trabalho, eu gosto dele e também não dá pra ficar recusando ofertas, afinal de contas alguém precisa comprar o leite proverbial.

É verdade que um dia eu quero ter a minha base, onde eu possa passar muito tempo livre - um dia eu também quero ter tempo livre - com a família, ter uns cachorros e um piano, finalmente colocar todos os meus discos numa casa só, essas coisas que a gente almeja na vida. Mas acho que eu ainda preciso passar um pouco por essa fase de provação, de ter que ir aonde os músicos estão, ou ir com eles para onde eles forem. Por enquanto está limpeza, quando engrenar mesmo deve piorar, ter que passar mês fora e a porra. Pelo menos, é assim que funciona, né? Se bem que um mês no Lindhurst Hall, eu passo até varrendo o chão.

Por outro lado, podia ser pior, eu podia ser marinheiro, ou piloto de avião, ou funcionário de plataforma da petrobrás. Pelo menos, no meu emprego eu corro o risco de passar um bom tempo sem fazer nada às vezes, e, se um dia eu aprender a cuidar do meu dinheiro, eu posso até planejar férias mais de uma vez por ano.

6.7.04

Eu acho que eu estou me esgotando

O que me conforta é que eu não quero, pelo menos ainda, ganhar a vida como escritor. Já me disseram que eu podia, mais de uma vez, mas a perspectiva de me ver envolvido com um emprego em que eu tenho que correr ainda mais atrás do que no que eu já tenho - além de ter que passar provavelmente mais tempo ainda na frente de um computador - sinceramente me assusta. Por enquanto, todos os meus livros estão na biblioteca do Reino dos Sonhos sob a guarda do Lucien. E com essa frase e o comentário de Felipe sobre o nome da banda, as pessoas podem realmente começar a pensar que eu estou virando goba.

Aí disseram em algum comentário aqui desse blog, "Zé, escreve aí", e eu estou aqui pensando no que escrever. Obviamente, vocês já se deram conta que eu sou espertão, e comecei a escrever sobre não saber sobre o que escrever, que menino inteligente eu realmente sou. Mas é uma situação ingrata, considerando que o meu blog não tem exatamente um perfil. Nesse momento mesmo, eu já parei e pensei, pra onde eu vou agora.

Nos últimos dias, eu pensei em escrever alguma coisa sobre Carrie Bradshaw e seu seriado extremamente sem piadas para homens, mas não estou inspirado o bastante para fomentar o ódio feminista contra mim. Eu também pensei em escrever sobre o final de Friends, mas aí lembrei que eu posso muito bem me aproveitar da situação e ser um dos cinco blogs que não vão dedicar um post exclusivo ao assunto. Eu pensei em expandir ao extremo o conceito de lista de dez, fazendo uma lista com dez items de dez outras listas, mas fiquei com preguiça e esse mote já está meio batido mesmo. Outra coisa que eu podia falar era sobre como eu estou realmente expandindo a minha lista de amigos no orkut, encontrando vários amigos de vários lugares do Brasil, e do Iraque, por lá.

Sendo que eu resolvi que eu vou ficar assim mesmo, tendo escrito esse tanto todo e sem falar mesmo sobre porra nenhuma.

4.7.04

Música nova

Finalizamos uma música, que você já pode baixar. No link ao lado.

1.7.04

Serve sim, pra alguma coisa

Recentemente, eu descobri que a internet tem outras utilidades além da pirataria descarada, da pornografia grátis e da perda de tempo valioso. É verdade, as pessoas conseguem encontrar outras pessoas que elas não vêem há muito tempo, através da internet. Nem sempre dá certo, mas às vezes dá.

No último mês, eu "reencontrei" um amigo e uma amiga com quem, pelos meus cálculos, fazia pelo menos uns dez anos que eu não conversava. No caso da minha amiga Simone, talvez faça um pouco menos, uns oito, dado que eu a conheci faz dez anos. Mas o Daniel, porra, esse acho que faz ainda mais tempo ainda.

Isso me lembrou um negócio engraçado. Em 2000 como em 2004, a reca foi pro Sul Maravilha ver o Sonic Youth. Estávamos todos lá, Yellow, Genaro, Popa, Coelho, Júlio Prato, Picolau. Uns dias depois do show, eu fui ao cinema com Silvia ver "Alta Fidelidade", e tinha um cara na fileira da frente que eu poderia jurar ser o Daniel Funcia. Sendo que naquela época eu acho que já fazia quase uns dez anos que eu não tinha notícia do cidadão, então a fisionomia poderia enganar qualquer incauto.

Mas já naquela época, como sempre, o povo pegava no meu pé porque eu conheço muita gente e tal, então eu fiquei meio acanhado de levantar e ir perguntar pro digníssimo se ele era ou não o Funcia. Eu estava no cinema com a namorada, ia ver um filme bacana, e tinha comprado o livro de Harmonia do Arnold Schoenberg, então fiquei na minha.

25.6.04

Às vezes dá certo, e às vezes dá errado

Ou como diria o grande Conde, ninguém é perfeito e a vida é assim. Hoje eu recebi, por e-mail, a notícia de que eu levei pau no mestrado. Ainda bem que eu não dizia pra ninguém que tinha feito mestrado, porque eu fiz, mas levei pau. Vou ganhar um prêmio de consolação aí, que depois das equivalências vai provavelmente valer menos do que uma ficha 19 do Sigismundo Gonçalves.

Mas também pudera. Eu fiz um trabalho meia-boca, no último mês do meu prazo, como vocês puderam acompanhar por aqui. Ou seja, nada. Por outro lado, no tempo em que eu deveria estar fazendo esse trabalho, eu fiz milhares de outras coisas, entre elas ter uma filha e gravar uns vinte discos.

Pra academia, o papel vale mais. Mas academia por academia, eu ainda posso fazer um doutorado e mandar tomar no cu quem achar ruim eu não ter um mestrado. Hoje em dia dá. E no dia-a-dia, na hora de trocar pneu, um mestrado vale tanto quanto um toddynho. Fica pra próxima.

23.6.04

Once bitten, twice shy

Hoje eu estava conversando com o pessoal lá na festinha em que a Roda tocou, e Almeidinha comentou que o legal de ter 30 anos é que você ainda é jovem, mas pode reclamar da velhice. Então, como eu não consigo me livrar desse hábito nojento, eu apresento a vocês:

10 coisas que me mostram que eu ainda sou jovem:

1 - Cabelos escuros, que ainda são a maioria.
2 - Continência urinária.
3 - Ainda não ter trinta anos.
4 - Partilhar a vida noturna com pessoas que são dez anos mais velhas do que eu.
5 - Não ter comprado os discos dos Beatles à medida que eles foram sendo lançados.
6 - Apesar de já ter brochado, não ter sentido a necessidade de apelar para medicamentos.
7 - Ouvir discoteca e saber que isso é uma coisa de quando eu era muito pequeno mesmo.
8 - Faltarem mais anos para a minha aposentadoria do que os que eu já vivi.
9 - As pessoas ainda dizerem: "Ah, mas como você é novo".
10 - Algumas dessas pessoas lembrarem de mim quando eu era criança.

10 motivos que me mostram que eu já posso reclamar da velhice:

1 - As pessoas que ainda lembram de mim quando eu era criança estão rareando.
2 - Eu comprava discos em vinil quando a única opção eram fitas cassete.
3 - A internet foi uma novidade na minha vida.
4 - Partilhar a vida noturna com pessoas dez anos mais novas do que eu.
5 - Pagar contas que não têm mais a ver com os meus gastos pessoais.
6 - Conhecer pessoas que não são da minha família há mais de vinte anos.
7 - Lembrar de coisas de vinte anos atrás.
8 - Encarar exercícios físicos como uma forma de ter menos problemas daqui por diante.
9 - Não conseguir ler mais do que 4 linhas numa tela de computador sem desejar que aquilo tivesse sido impresso.
10 - Lembrar frase por frase uma história da carochinha que eu ouvi há vinte anos e esquecer o que eu conversei ontem e com quem.

21.6.04

A sanfona do povo

Essa semana, eu estou gravando um disco com a Orquestra Sinfônica do Recife mais o Sivuca. É a primeira vez que eu gravo orquestra assim, de verdade, e eu realmente estou me achando um cara muito sortudo só de poder fazer isso. E mais sortudo ainda porque a OSR está tocando bem esse repertório, o Sivuca também, e então é só não estragar. Afinal de contas, são muito poucas as coisas que não ficam mais bonitas com orquestra sinfônica ou um baby doll de cetim. E os Beatles são uma exceção honrosa em ambos os casos.

Uma das coisas que eu pensei hoje olhando pro Sivuca é que uma das maiores provas de que você é realmente famoso é quando você vira personagem de piada. Feito aquela em que o cara mostra um pedaço de papel branco dizendo "essa é uma foto do show do Sivuca com o Hermeto Paschoal no Pólo Sul". Eu pensei nisso também quando o Ray Charles morreu, que tem a piada inversa, que é um show do Stevie Wonder com o Ray Charles dentro de uma caverna. Quando ele morreu eu também lembrei de outra piada, essa um dos clássicos de Lhô, mas perdi o timing de comentar com alguém que o Príncipe Charles tinha ficado triste com a morte do pai.

16.6.04

Meiota

Cinco coisas que eu considero bastante incômodas:

1 - Viúvas e viúvos do Cazuza.
2 - Solteirona bêbada.
3 - Descobrir que o meu Abbey Road está arranhado.
4 - Afta.
5 - Sala de espera.

14.6.04

Emoções eu senti

Se continuar assim, vou ter que mudar o nome deste para "Só Dez". Mas vamos indo por aqui enquanto as idéias vêm, ou não. Enfim,

Dez momentos emocionantes do mundo da música:

1 - Quando o Johnny Cash começa a cantar a segunda estrofe de "Girl From the North Country", no Nashville Skyline.
2 - Quando, aos nove minutos e quinze, a bateria volta e você descobre que Marquee Moon ainda não acabou.
3 - A ataque da orquestra em "Construção", depois que a letra acaba pela primeira vez.
4 - O começo de "A Day In the Life". Por mim, essa música sozinha é melhor que o Sgt. Peppers inteiro.
5 - A parte do 'You'll know where you are' em "Let Down", no OK Computer, quando vai uma voz prum lado e outra pro outro.
6 - If I needed someone. Eu acho que essa eu roubei de Lhô.
7 - Uma virada que o Billy Ficca dá em "Prove It", na qual ele atrasa o caixa e segura o tempo no chimbau.
8 - O refrão de "Eu te Amo", do Rei Roberto. Viva a caixa leslie.
9 - A volta da melodia em "The Diamond Sea".
10 - Quando a cobra morre em "A velha debaixo da cama".

11.6.04

Listas de dez ou a válvula de escape da falta de idéias

Tudo bem, Nick Hornby e tudo mais. Mas é divertido. Então eu vou propor 10 temas para listas de 10 coisas, e quem quiser escolhe um tema e faz a lista ali nos comentários.

1 - As 10 coisas mais inúteis da internet.
2 - 10 canções de amor ao som das quais você já chorou.
3 - 10 motivos porque eu abandonaria a minha profissão aqui e agora.
4 - 10 maneiras de se livrar de proselitistas incovenientes (ex.: Mórmons, e em alguns casos, Devotos de Krsna. Hoje eu simpatizo, mas já dei muita volta em Hare Krsna por aí).
5 - As 10 desculpas mais esfarrapadas que você já deu (sem entrar em detalhes pra não comprometer).
6 - 10 bandas legais com a letra do alfabeto da sua preferência.
7 - 10 pessoas que você não vê há mais de 3 anos e que não faz a menor idéia sobre como encontrá-las de novo.
8 - 10 mentiras que você já contou no jogo da verdade.
9 - 10 verdades que você preferia não ter ouvido no jogo da verdade.
10 - As 10 maiores roubadas em que você já entrou.

Eu honestamente pensei em fazer uma de cada pra botar aqui. Mas até eu tenho mais o que fazer hoje.