29.10.04

Pessoas de verdade no mundo virtual

Ontem no aniversário de Felipe, Débora teceu um breve elogio ao meu humilde blog que me deixou lisonjeado. É muito curioso quando as coisas saem da internet pra o mundo palpável e real em que vivemos, e a minha vida é prenhe dessas transições, tanto no âmbito individual quanto em casos que acontecem à minha volta. Normalmente o mar de rosas que as janelinhas do MSN nos prometem é mais uma dentre as várias ilusões que a internet nos prega, até porque a vida é, graças ao bom Deus, muito mais do que trocar simpatias ao longo do dia com outras pessoas. Mas de forma mais ampla, eu acho a internet uma solução muito bacana para manter o contato com as pessoas.

E aí tem esse negócio de blog. Eu quase não leio blog, pra ser sincero. Pra não dizer que não leio, eu leio o de Felipe e o de William. Os demais, muito raramente. Não criei o hábito. E também não gosto de ficar entrando assim na intimidade das pessoas e na maneira como elas se expõem na internet. O de Syl, por exemplo, eu tinha medo, até que resolvi nunca mais ler mesmo. Gosto não. Então por isso que eu leio o de Will e o de Fé, porque eles falam sobre coisas legais como Gram Parsons e músicas bizarras, e não sobre angústias existenciais ou sobre 'como meus amigos são lindos e superbacanas'. As minhas angústias existenciais já me bastam, e eu não preciso propagandear constantemente no mundo virtual o quanto eu gosto dos meus amigos, porque eles já sabem disso.

Só que as pessoas realmente lêem, e eu acho isso legal. Eu confesso que eu penso nisso quando estou escrevendo, agora, por exemplo. Nem tanto nos indivíduos, mas no fato de que realmente alguém vai vir aqui e ler alguma coisa, botar um comentário, toda essa dinâmica me fascina. Pensar que alguém pode aliviar o tédio de um dia de trabalho a partir da leitura do meu blog me traz grande satisfação.

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