21.9.04

Deu pau

Eu estava ouvindo hoje uma faixa intitulada "Damião Experiença no planeta folclore", e divagando, cheguei à conclusão que eu quase não estou mais conseguindo ouvir música normal. Isso é uma coisa muito séria. Outro dia eu baixei o "Complete B-sides" do Pixies. Por mais que tenham várias músicas ali que eu queria ouvir, cujas gravações em fita K7 já sumiram nessas mudanças todas, o meu sentimento era meio "E daí?". Mas aí eu baixo um negócio desses e fico totalmente empolgado. E não é só Damião não. Tem o Babau do Pandeiro. Soul Demétrio. Sabe-se lá quantos mais, por aí, me aguardando.

É bem verdade, eu sempre fui assim. Antes mesmo do antológico disco do Ercílio Leite adentrar a minha vida, há mais de dez anos atrás, eu já tinha uma queda por coisas bizarras. Sempre dava uma ouvida no rádio da empregada, sempre ficava com vontade de comprar os discos com as capas mais bizarras. Não comprava porque era liso. Quando começou a sobrar dinheiro, o vinil baixou de preço, e aí foi festa. Eu tenho um disco feito em homenagem à reconstrução da Praça da Sé em São Paulo. Outro chamado "O Mundo é Bom", em cuja capa o cantor aparece com a mulher e o filho de colo.

Mas até recentemente, era uma coisa controlável. Pra cada disco desses, eu comprava uns dois ou três de bandas legais, artistas consagrados que cantam no tempo e na tonalidade. Só que foi aumentando, e hoje em dia, fudeu. Eu quase não acho mais graça em música certinha. Quando eu acho, geralmente é música country. O resto é barulho e bizarrice.

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