1.9.03

Eis que, em três dias de maranhão, eu ainda não ouvi nenhum reggae, e só comi os bombons de cupuaçu que comprei no aeroporto mesmo. Sou um turista muito do safado mesmo. Em compensação, pode perguntar das botadas mais inacreditáveis da ilha que eu sou local. Ontem fomos gravar numa outra ilha, das pequenas, que fica no meio de um manguezal, e pra chegar lá atravessamos uma ponte digna do Indiana Jones, daquelas que são metade inclinadas prum lado, metade pro outro e balançando.

Hoje é a primeira vez, desde sexta, que eu entro em algum ambiente que não seja o quarto de dormir ou algum lugar onde vamos fazer gravações. É uma parada intensa, mas em compensação a gente vê coisas que não estão presentes em qualquer viagem. No sábado fomos pra uma festa de Tambor de Crioula muito bonita, com as mulheres de todas as idades dançando de um jeito que você já não vê mais por aí. Deu até vergonha de estar com um monte de microfones espalhado pela sala. Tinha umas meninas um pouco maiores que Júlia que já rodopiavam pelo salão, isso lá pra uma da manhã. Só vendo mesmo.

Resolvi que lavar roupas é bom pra saúde, tb. Consegui um preço bacana, oito contos, sem passar, até porque vai tudo pra garrafa onde eu guardo as minhas camisetas (eu ando com uma garrafa dentro da bolsa pra guardar as minhas camisetas - pra justificar a pergunta e a falta de ferro), tudo pronto às seis horas da tarde hoje. Nunca me senti tão limpinho.

Mas eu precisava realmente lavar pelo menos a minha camiseta branca que eu trouxe. Porque eu esqueci em Recife que precisava trazer mais camisetas que não fossem pretas, uma vez que elas não são bem vistas em terreiros de uma forma geral. Coisas da vida e das religiões afro-brasileiras. Acho que o mundo do metal deixou sequelas demais no meu guarda-roupas.

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