17.11.03

Deuses americanos e outras entidades

Alô galera esperta, galera legal. Antes de mais nada, gostaria de agradecer as dicas que as pessoas deixaram sobre como arrumar a casa. Vou tentar esse bloquinho aí, quem sabe ele me ajuda. Eu também vou ver esse negócio do tamanho do título, lá no mundo misterioso do HTML e do modo texto.

Eu estou lendo um livro de verdade nessas últimas duas semanas. Digo de verdade, porque eu estou lendo de verdade, tipo do começo ao final de uma vez só, e não porque os outros livros que eu tenha lido até hoje fossem de faz-de-conta. Eu tento sempre ler um livro de uma vez só, às vezes consigo, mas geralmente o que acontece é que eu fico com uns cinco livros pausados em pontos diferentes. De forma que eu acho que a culpa deve ser minha, e não dos autores.

O livro que eu estou prestes a acabar chama-se "American Gods" e o autor é o Neil Gaiman, que além de ser um quase sósia do Ayrton Senna da Silva - segundo Josuel, o maior roadie do mundo - entrou pra história da história em quadrinhos com a série "Sandman" que durou de 1987 a 1996. Ele também resolveu escrever livros sem desenhos, do tipo ficção romanceada, e este é um dos livros que o rapaz lançou.

Por gostar muito, muito mesmo, das estórias que fizeram o Neil Gaiman rico e famoso, eu comecei a ler o livro com uma certa hesitação, a mesma que vai rolar quando eu for ouvir o disco novo dos Pixies - se eles gravarem mesmo. Mas como eu não sou nenhum expert em literatura alguma, estou me divertindo sem me preocupar demais.

A estória é muito doida, como a maioria das estórias que ele conta, e da mesma forma cheia de referências por todos os lados. Basicamente, vai rolar um grande pau entre deuses antigos - aqueles que a gente já conhece, tipo Odin e Xangô - e novos, que no caso seriam a televisão, a internet e tal. Nada demais. Mas a maneira como o autor desenvolve a narrativa a partir dessa idéia inicial é que é o bicho.

Quem leu, e releu, as estórias do Sandman vai identificar alguns elementos, como a idéia de que os deuses de civilizações antigas tem que se virar do jeito que der depois que as civilizações que os adoravam desapareceram, então fulaninho virou empresário, o outro virou motorista de táxi. Também existem aquelas pessoas que vivem há muito tempo e não são necessariamente deuses ou semideuses - como nos gibis temos a Mad Hettie e o Rod Gadling. Mas isso não é o importante, até porque, como o próprio Neil Gaiman sustenta, todas as estórias que existem já foram contadas, o que os escritores fazer é só recontar algumas delas à sua maneira, coisa que ele sabe fazer muito bem. O único vacilo do autor é quando ele fala sobre deuses que não os da mitologia européia, tipo os africanos e asiáticos. Aí dá pra notar que ele fez uma pesquisa nos livros e vamos nessa. O que não tira o mérito do livro, se o cara ainda fosse fodão em mitologia africana e asiática, aí ia ser demais aí.

Então eu recomendo aí o livro do garoto pra vocês lerem e darem as suas opiniões. Eu não sei se o mesmo foi lançado no Brasil, mas se alguém quiser ler, eu empresto pra tirar xerox. Se pegar emprestado e não devolver, eu mando o cão do segundo livro atrás.

Nenhum comentário: