21.10.03

Existe uma teoria vigente, ou pelo menos eu acho, na Física moderna, de que para cada possibilidade que já existiu, há um universo diferente. Eu vi isso num programa da BBC na casa do Marc, mas a gente estava se embriagando a medida que o programa ia passando, e quando as explicações bacanas chegaram a gente já estava muito doido, e depois a gente saiu. Mas eu lembro do começo onde o cara dizia isso, que para cada possibilidade há por aí um universo paralelo. É universo que só a porra. Eu tenho muita curiosidade em ver alguns deles, como o universo onde os Beatles nunca existiram - só pra ter certeza que as pessoas não teriam sobrevivido - ou aquele em que todos sabem que Elvis não morreu. Outros eu tenho alguma curiosidade, pra ver o que teria acontecido se o Rio de Janeiro ainda fosse a capital federal, por exemplo. Já o universo onde eu sou uma bicha louca que mora em São Francisco, esse eu não tenho muita vontade de ver. Vai que lá eu estou me divertindo mais...

Mas eu tenho uma teoria, obviamente, que esse princípio se aplica ao nosso Universo, que para nós não é paralelo, é o principal. Existem vários mundos que coexistem onde nós ingenuamente acreditamos só existir um. É verdade. Um mundo só não dá conta desse povo todo, e olha que eu nem pensei nos chineses ainda. Volta e meia eu percebo indícios que cada vez mais comprovam isso.

Vejamos um exemplo que Tiago me mandou por e-mail. Existe um cidadão, aonde senão nos Estados Unidos, chamado Jay Easton, que é o bam-bam-bam dos instrumentos de palheta. Ele toca tudo, desde gaita até uma mostruosidade chamada Saxofone Contrabaixo. Está lá, no site dele. O sax contrabaixo não só custa muito mais do que um fusca, como provavelmente acomodaria muito mais bagagens se a ele acrescentássemos rodas. A buzina já vem de fábrica. Uma trepeça dessa só pode habitar um mundo diferente, que em comum com o nosso só tem o espaço físico.

Tem gente que toca alaúde e passa metade da vida afinando o instrumento. Tem gente que torce pro Náutico. Eu duvido que essas pessoas vivam no mesmo mundo que eu. Principalmente se for um tocador de alaúde alvirrubro. Essa pessoa simplesmente não coexiste conosco, ela só pode ser um habitante de um dos vários mundos paralelos. Eles estão por aí, e os mundos estão delimitados entre si de várias maneiras. Por vezes, num sinal, no supermercado, na feira ou mesmo no playground do seu prédio, entramos em contato com seres desses outros planos. Mas é inútil tentar uma interação maior entre mundos paralelos. Eles foram feitos para coexistir sem interconexões.

É verdade também que existem seres privilegiados que habitam dois ou três mundos diferentes. Beto Legião, por exemplo, circula em pelo menos quatro, sem sombra de dúvida. Talvez o segredo sejam as identidades diferentes, Alberto Reis, Beto DiCaprio, Beto Tamagachi. Acho que só assim o cara consegue. Até porque nem todos os mundos foram feitos para acomodar nomes como Jonas Henrique Alcoforado. Com um nome desses o cara só consegue ir até a esquina, e olhe lá.

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