6.4.04

Necrófilos do mundo, uni-vos

Essa enxurrada de Kurt Cobain me lembrou que além deste e do Ayrton Senna, comemora-se também esse ano uma década do falecimento do Tom Jobim. Ao contrário dos outros dois, Tom Jobim morreu já em idade avançada, aos 67 anos, tendo feito tudo e um pouco mais que se pode fazer nesse mundo. Coincidentemente, morreu no mesmo dia e mês que o John Lennon, só que 14 anos depois. Aparentemente, existe uma lista das dez músicas mais regravadas no planeta, e as que não são do Lennon & McCartney são do Tom Jobim. Algumas com o Vinícius, mas não garanto que sejam todas. De forma que o único que ainda usufrui diretamente deste feito é o Cavaleiro da Sua Majestade James Paul, o resto ficou pros herdeiros.

Eu me lembro do dia que o Tom Jobim morreu, eu fiquei triste pra caralho. Só não foi igual ao dia que a Ella Fitzgerald morreu, porque nesse dia eu chorei mesmo, de verdade, botei o Ella & Louis lá e fiquei me acabando. Mas eu sempre tive uma grande admiração pelo Tom Jobim, e só não gosto muito dos discos da Banda Nova, com aquele coro que eu ainda acho um certo equívoco. Não gosto muito de Bossa Nova também, mas do pouco que eu gosto a maioria são músicas do Tom Jobim, feito Corcovado, e Dindi, que é simplesmente uma das mais lindas de todos os tempos.

O que eu gosto mesmo é a fase pós-bossa, pré-corinho. O Urubu, o Matita-Perê, o Stone Flower, Tide, esses todos. O Terra Brasilis também, eu gostava muito de ficar olhando a capa quando era criança, e adivinhar o nome dos bichos. Esses são os discos de verdade mesmo. Da época em que ele tocava Fender Rhodes, o baixista era o Ron Carter e o arranjador era o Claus Ogerman. Disco assim, hoje ninguém faz mais não.

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