13.3.04

Thirty, here I come

Com certeza é por causa do meu aniversário, mas eu estou cada vez mais me dando conta da minha idade. Não necessariamente da minha idade numérica, que essa pouca diferença faz, se eu já tenho 28 ou se eu ainda tenho 27, mas digamos assim da idade mental e física. É verdade que já faz tempo que eu estou implementando pequenas mudanças no meu estilo de vida pra cuidar da saúde mesmo, entre elas diminuir drasticamente o meu consumo de bebidas alcoólicas - estou pensando me abster completamente de novo, e por um período mais longo, desta vez - e melhorar a minha alimentação. É um processo lento e que exige paciência, e também melhoraria muito se eu fizesse uns exercícios aqui e ali. Mas pra quem sempre foi preguiçoso, comia cupim com farofa aos quilos e bebia como um peixe, eu acho que já melhorei bastante.

Mas o meu objetivo aqui não é descrever como vou tornar-me um trintão sarado. Até porque o meu objetivo também não é esse. Eu resolvi falar sobre isso porque hoje é sábado à noite, e eu voluntariamente optei por ficar em casa com a minha filha, quando poderia deixá-la com qualquer uma das avós - ambas se pronunciaram a favor - e cair na gréia. Não só eu fiz isso de vontade própria e sem sofrer qualquer tipo de pressão, como eu estou achando o maior barato. Aí eu vou terminar de escrever aqui, pegar o livro do José Saramago que eu estou lendo, terminar as poucas páginas que faltam, e começar o próximo livro do José Saramago que eu dei pra minha mãe e acho que ela só leu o comecinho - pelo menos é aonde ficou marcado.

E eu não estou, sinceramente, sentindo muita falta de estar por aí. Pode ser que eu esteja mesmo ficando velho, e em ficando velho, também ficando chato. Mas não é que eu nunca mais queira sair pelos lugares e encontrar os amigos, passear com a namorada, ver shows de rock e jogar sinuca. O fato é que eu não estou me coçando por estar em casa, coisa que acontecia frequentemente nos sábados à noite em que, por um motivo ou por outro, eu não podia sair.

Inclusive, acreditem os que ainda não passaram por isso, esse é uma das coisas que passam logo pela sua cabeça ao saber que você vai ser pai (ou mãe) pela primeira vez: "Putz, eu vou deixar de sair como antes". Óbvio, é a pessoa pensando sobre uma vida que ela nunca mais vai ter, mas que também ainda não sabe das alegrias que essa vida literalmente nova vai lhe proporcionar. Acho que em parte, eu estou feliz no meu sabadão caseiro por causa disso. Também porque é o primeiro sábado em muito tempo que eu tenho pra ficar só com Júlia e não me preocupar com absolutamente mais nada.


E aí de vez em quando eu vou ali dar uma olhada se ela está dormindo bem. É o bicho.

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