16.10.07

eu abri essa janela há umas cinco horas

e só agora voltei aqui pra escrever. estive e estou envolvido em um filme publicitário envolvendo um papai noel. o que quer dizer que já é, mais uma vez, natal. conversando sobre isso na sexta com valéria lucchesi, na fun house, ela comentou comigo que eu era a primeira pessoa no ano a falar alguma coisa relativa ao natal, e que isso oficialmente marca na cabeça dela o início do período natalino. e aí agora eu sentei aqui pra escrever e vi que de várias maneiras o tempo vive voando

querendo de algum modo aproximar-me do grande paulinho da viola e sua infinita série de discussões sobre o tempo em sambas memoráveis, eu acho eu falo muito sobre o tempo aqui nesse meu confessionário virtual. provavelmente sim. vários dos meus leitores bissextos também frequentam esse espaço há muito tempo. eu vivo reclamando que não tenho tempo pra nada, e que também o tempo passa muito rápido, o que é meio que um pleonasmo, que é justamente quando não se tem tempo pra nada que o tempo passa voando mesmo. isso não faz de mim um paulinho da viola, entretanto.

aí outro dia eu estava pensando que a era dos discos está acabando. mais uma vez, é claro. eu fico constantemente divagando com meus próprios botões, ou só com um, o da calça, porque eu tenho usado muito mais camiseta ultimamente, como é que vai ser agora. será que vai ter disco, assim de 10, 12 faixas, daqui a uns 10 anos? porque eu cresci ouvindo disco, leia aqui mesmo há uns dois anos, comprava disco e agora eu baixo disco. minha filha ainda ouve disco, mas o youtube, aparentemente, faz muito mais sentido pra ela.

eu acho genial, tb, o que seria de mim hoje em dia sem ter visto as árveres, o lazier e as raspadinhas do rio. e a propaganda do anemokol. a pessoa pode expressar alguns sentimentos e compartilhar emoções com os camaradas, no youtube. o que eu imagino é como vai ser assim a música regular, pras próximas gerações.

e por falar em gerações, ontem eu comecei a procurar umas coisas na internet sobre uns bancos de som que a gente está usando bastante nesse reclame natalino, e acabei descobrindo um bocado de coisas sobre o Miroslav Vitous, que é o camarada que criou o melhor banco de sons de orquestra que existe, provavelmente. descobri que ele é o mesmo miroslav vitous do jazz (devia ser mesmo, com um nome desses), que fundou o weather report junto com o wayne shorter e o finado joe zawinul, e chegando no weather report, inevitavelmente o camarada chega em jaco pastorius.

jaco pastorius e paul mccartney são duas coisas inevitáveis na vida de qualquer baixista. você pode gostar ou não, não adianta, num momento ou noutro eles vão passar por você. e se você gostar, inevitavelmente alguma coisa de ambos vai parar na ponta dos seus dedos. eu fui doido de tentar chegar aonde o jaco pastorius chegou, ou paul mccartney que o valha, mas que existe alguma coisa dos dois em 'cicarelli' do diversitronica, e em 'o cara feio e sua namorada' do supersoniques, respectivamente, isso humildemente existe.

mas houve uma época em que eu passava uma boa parte das minhas horas disponíveis dependurado no meu baixo sofrendo pra não chegar nem perto de caras como o pastorius, o john entwistle, o larry graham, o luizão maia, o les claypool e o flea. eu até consegui (não sei se ainda consigo), tocar algumas dessas coisas, mas tocar baixo deixou de ser a minha ocupação primordial há algum tempo. toco ainda, quase todo dia, mas não é o meu baixo o principal pagante das minhas contas (apesar de que ele ainda paga algumas).

nessa época, eu queria muito um vídeo que eu baixei ontem à noite. nem é essas coisas todas, mas é interessante ver um cara que tocou baixo como ninguém passando adiante algumas coisas pra que qualquer um possa aprender:

2 comentários:

Vina disse...

"gimme a gig! d'you know?" é quase um "manda essa penosa pra cá, que eu trato" em se tratando do idioma olindense.

fpessoa disse...

zé, miroslav tem uma musica DO CARALHO, chamada new york city; uma disco muito muito troncha, sou fã. depois eu mando um link pra baixar!

flávio pessoa