19.5.04

Sobre a sexualidade individual de cada um

Outro dia eu descobri que existe um negócio que se chama o cara Metrosexual. Fala-se Métro-sexual, e não Metrô-sexual. Foi conversando com Syl, e ela estava me explicando que metrosexual é o cara que aparentemente não é veado, mas que cuida da aparência o bastante pras pessoas duvidarem disso. E se veste bem e é perfumado. Até onde eu entendi, não existem mulheres metrosexuais, só homens, até porque mulher que não se veste bem nem é perfumada, é hippie.

Aí eu vi em outro lugar que o paradigma do Metrosexual é o David Beckham, que é arrumadinho, mas como podemos conferir pelas notícias recentes, pega geral. Obviamente, não precisou chegar até o Beckham pra eu saber que é mais fácil enquadrarem o Mussum nessa categoria do que eu. Foi então que eu pensei no conceito do retrosexual. Leia-se Rétro-sexual, não Retrô-sexual. Retrô, como a gente sabe, é coisa de estilista. E estilista, como a gente sabe, é pelo menos metrosexual.

Retrosexual porque nós não somos novidade nenhuma. Somos aquela categoria de caras que não conseguiu aprender a se vestir, que faz a barba e corta as unhas por obrigação, e que bota um perfume aqui e ali, provavelmente porque vai ter mulher na jogada. Roupa a gente só compra quando a mãe ou a namorada arrastam pela mão até o shopping, escolhem e você tão somente prova, e paga. E usa até uma das duas dizerem "não acredito que você vai sair usando essa camisa velha", com ar de nojo e espanto. Como assim velha, se eu comprei faz pouco mais de um ano? Velha é aquela calça que eu herdei do meu tio, que ainda é melhor do que essas que tem pra vender hoje em dia.

É triste, você se ver assim dominado pelas figuras femininas da sua vida, mas é verdade. A gente tenta, mas é um mundo misterioso e difícil de desvendar. Não tem lógica alguma. Se fosse uma coisa lógica e simples, como a razão de uma Gibson Les Paul feita em 1963 custar cinco mil dólares quando uma nova igualzinha custa só mil, seria mais fácil da gente se virar, improvisar, sei lá.

Mas agora que temos um rótulo, podemos ficar numa boa curtindo as nossas roupas velhas e fora de moda. É só bolar um esquema legal de marketing pra essa idéia. Retrosexuais do mundo, uni-vos.

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