26.5.04

Débitos e créditos

Eu não sou conhecido por aí como um grande fã do Lenine. Na verdade, pensando bem, acho que não se trata de eu não gostar do Lenine, é mais um daqueles casos em que eu reconheço que o cara é talentoso, e faz o dele muito bem feito, mas que não é muito a minha praia. É bem verdade que ele toca um violão impressionante, mas não é sobre isso que eu resolvi falar.

Na revista Continente Multicultural tem uma entrevista com o próprio, e eu estava lendo outro dia. Nessa entrevista ele chama atenção pra um ponto interessante, da gente receber as dívidas em casa e ter que correr atrás das receitas. Me lembrei disso agora porque recebi uma conta da celpe pra pagar amanhã. Chegou hoje, e vence amanhã, e eu que me vire pra pagar essa porra.

Agora, pra receber dez rural, eu tenho que gastar ligação de celular, mandar número de conta, o caralho. Os poucos pagadores excepcionais que pagam em dia, estes estão cada vez mais raros. Existem, sim, e eu sou sortudo de trabalhar volta e meia com alguns dos poucos que sobraram. Mas em geral, é um passa ontem que eu já fui institucional.

Deve existir alguma porra de órgão público que poderia organizar isso pra gente se fosse de praxe funcionário público trabalhar. Pra quem é autônomo, então, é pegar em bomba, chupar limão e pedir uma pépsi, tudo ao mesmo tempo. Até porque se você não anotar tudo direitinho, corre o risco de esquecer um trampo ou outro, e ficar à mercê da boa vontade do pagador.

E por sobre isso, você acrescenta o fator Zé Guilherme, que só não esquece a cabeça em casa porque veio presa no pescoço de fábrica. Pensando bem, é um milagre eu ainda não ter ido parar na SPC.

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