17.10.05

o de ontem

da última ida à internet até agora eu já dirigi uns mil e quatrocentos quilômetros. a empresa que trabalha com os famosos furgões amarelos é sediada em lille, e lá mesmo me entregaram um, novinho em folha, pronto para ser nossa casinha durante alguns dias, como realmente tem sido até agora, pelo menos. o roteiro, portanto, foi o seguinte, de lille saímos eu, amarelo, pepê, o guachelo e o linns, em direção a paris para buscarmos marc, renata emília, ras guga e aninha. fizemo-lo após alguns breves engarrafamentos e voltas e mais voltas para descobrir a mão das ruas, porque quando você passa por elas andando qualquer mão é mão, mas com um furgão amarelo de dois metros e meio de altura fica mais difícil trabalhar com essa flexibilidade.

depois de paris, de onde saímos com um atraso impressionantemente pequeno, pegamos a A6 em direção a Lyon, e paramos em mais um etap hotel, próximo a dijon, numa daquelas cidades cujo nome eu vou inevitavelmente esquecer pra sempre. junto ao hotel tinha um armazém de construção, onde na manhã de sexta-feira eu fui procurar alguns apetrechos para recolocar a alma da rabeca em dó – porque renata no show usa duas rabecas, uma em mi em outra em dó – no lugar, pois a mesma caiu não sei quando, não sei onde mas mesmo assim isso é um problema.

apetrechos comprados, seguimos até st. chamond, que fica a uns cem quilômetros de lyon, e instalamo-nos no hotel ambassadeur, simples e decente, onde eu me absorvi durante a minha suposta hora de almoço na missão de recolocar a alma da rabeca no lugar. não consegui, mas pelo menos tirei a bicha lá de dentro e ela parou de chacoalhar. acontece que o luthier que construiu o instrumento deve ter usado cola pra fixar a alma no lugar, ao contrário de encaixar como é praxe. e como eu também ainda não tirei a minha carteira de consertador de rabeca, quem fez o filho que o carregue.

o show foi em um teatro cujo nome eu também não me lembro, mas fazia parte de um festival chamado rhinojazz, então em todo canto havia cartazes com um rinoceronte pintado de roxo, de azul, de verde, de modo que eu peguei um cartaz bacana desse pra enfeitar o quarto da minha filha. o som estava bom, e o show também foi muito bom. foi a primeira vez em que eu usei uma mesa dm-2000 da yamaha, que, apesar de ser muito melhor, em som e funcionalidade, do que os modelos mais baratos deste mesmo fabricante, ainda não é tão fácil de usar quanto as mesas da innovasom – que por ser uma marca francesa é bem comum de se encontrar por aqui.

depois do show, fomos dormir umas três horas pra pegar a estrada de novo e chegar no aeroporto de orly a tempo para o pessoal da banda pegar o vôo de volta. acabamos chegando com uma hora de antecedência, despachamos todo mundo, e em seguida eu e guga seguimos para orleans, onde guga ficou e de onde seguimos eu, silvério e banda com fabrice ao volante, pois eu mesmo já não aguentava dirigir mais nem um metro.

viemos para le mans, onde tocamos em um bar pequenino chamado “le passeport du couchon vert”, onde no lugar de um rinoceronte azul tínhamos porcos verdes por todo canto, mas nada que me apetecesse levar pra júlia. o show foi bem aconchegante com a platéia dançando forró cada um por si e dançando côco agarradinho, como é de praxe aqui na frança onde o povo não sabe nem pra onde vão as danças do vasto folclore brasileiro. depois do show, seguimos para esta casa onde me encontro, que é uma senhoríssima casa com vários quartos, uma televisão com uma tela gigante, um piano e uma piscina. onde eu vou jogar essa porra desse gato se ele continuar achando que a minha cama é também

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