29.6.07

i will lose my mind and you won't see me

quem leu um pouco, sabe que 90% das linhas dos beatles foram gravadas com o rickenbacker que o paul ganhou da própria rickenbacker numa das primeiras turnês dos beatles pelos estados unidos. mas o próprio paul disse que em imagens em geral, ele sempre usou o seu höfner viola, pois era a sua identidade visual, bem como (nas palavras dele) o chapéu-côco e o bigodinho do carlitos. alguns espertinhos desatenciosos normalmente comentam que ele comprou esse baixo porque era um baixo de corpo simétrico, portanto mais fácil pra um canhoto tocar, mas isso é um ledo engano, pois qualquer um percebe observando uma foto que o baixo do paul era totalmente invertido, os controles ficavam do lado de baixo das cordas, do jeito que deve ser. ele tem uma epiphone casino de destro, mas isso já é outra história.

de um modo geral, os instrumentos da höfner antigamente não eram muito caros, por isso que o paul mccartney, que na época já era pão-duro mas ainda era liso, investiu no violinha. que a höfner ainda fabrica, inclusive. mas outras empresas, como a epiphone, também tem um modelo parecido. e alguns fabricantes, como a johnson, fazem uma réplica muito boa. e barata. e que a gente paga caro por causa da porra da reserva de mercado.

28.6.07

eu acho o seguinte

depois de ouvir algumas vezes, eu cheguei a (eu não achei uma crase aqui no teclado) seguinte conclusão: um disco do wilco em que o melhor é o guitarrista (no caso o nels cline), é um indício de que jeff tweedy está muito preguiçoso. eu sei que outro being there, se vier um dia, não vai vir tão cedo. mas vamos trabalhar, minha gente.

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cada vez que eu ouço o carlos paredes tocando eu me sinto um bosta de não ter conhecido antes. e de não ter comprado todos os discos dele das vezes em que eu fui a portugal.

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que o mundo teria se beneficiado de uma carreira solo consistente do syd barret

20.6.07

gang do janga

eu não sei porque eu me lembrei desse nome agora, mas foi muito engraçado a abertura do mauritzstadt em recife, com o show dessa banda. e agora a preguiça de escrever bateu. e o show da graforréia foi muito foda.

9.6.07

o que se faz, o que se paga

eu estou quase terminando o disco do projeto coletivo chamado 'folia de santo', que eu co-produzi junto com alessandra leão e juliano holanda, o beto mix. tá ficando um disco bem bonito de canções devocionais. mas também está dando um certo trabalho. é só voltar no tempo e ver quando foi que eu escrevi o primeiro post sobre gravar o folia, faz um tempo da porra.

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aparentemente, o nome atual de mendigo é 'pessoa em situação de rua'. acho que isso limita todas as situações que podem se suceder ao sujeito na rua a uma só. se não for igualmente desrespeitoso, acho que é pelo menos mal-concebida, essa nova alcunha. não sei se isso foi o que influenciou o tema / título de uma música do Tom Bloch, mas a música é legal. e se chama 'situação de dança'.

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de qualquer modo, 'só as pessoas em situação de rua salvam o praneta' simplesmente não tem o mesmo impacto. certamente não consultaram o daminhão.

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no overmundo, tem uma entrevista massa com o egberto gismonti. e outra com o marcelo birck. pelo menos pra você ouvir os mestres falando a internet serve.

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e já que o assunto são os mestres da música, quinta feira teve show de tony da gatorra no milo. com mais o guilherme barrella e o sérgio do debate nas gatorras extras. momento sublime.


7.6.07

a arte de copiar

estou estreando uma seção de links ali do lado. não vou conseguir levantar tudo o que tinha no layout antigo do blog, acho que eu perdi perdendo mesmo, mas vou tentar botar coisas legais e bacanas para o povo frequentador do espaço.

5.6.07

let's get acquainted with your ampeg bass

quisera eu que isso fosse o começo de um post sobre eu ter comprado um baixo ampeg, um verdadeiro pé-de-cobra no mundo dos contrabaixos. eu até já vi um em londres, da primeira vez que eu fui, na lendária andy's guitar shop - no final da denmark street, do lado esquerdo, é fácil pois a rua consiste em um único quarteirão - mas era o começo da viagem e o bicho custava todo o dinheiro que eu tinha pra comer nos próximos meses. e era de canhoto.

passei na verdade pra jogar conversa fora com o mundo internético em geral. júlia grande viajou, júlia pequena já dormiu, e eu também vou no mesmo rumo em poucos minutos. estou só terminando de curtir a noite caseira que amanhã é um daqueles dias que começam cedo e acabam no outro. mas a gente curtimos demasiado.

aqui na terra da garoa está um frio desgraçado. meu pai mesmo veio passar uns dias e não aguentou. eu mesmo, que não costumo ter problemas com baixas temperaturas, confesso que estou apanhando um pouco. acho que também é porque é diferente você sentir frio num lugar como o continente europeu, onde é frio 75% do ano, e sentir frio num lugar como são paulo, em que todo dia você passa por um pouco das 4 estações. é verdade que em sp você sempre tem que ter um guarda-chuva e pelo menos um suéter na bolsa. o que significa que você tem que andar quase sempre de bolsa, mochila, ou de carro, o que não é o meu caso. mas mesmo um quase paulistano como eu baila às vezes.

quase paulistano sim, mas só quase, porque nem eu nasci aqui, apesar de ter crescido, e até o momento só passei 10 dos meus 31 anos nessa cidade. de modo que eu também sou quase recifense, bem mais até do que quase paulistano. semana passada júlia - grande, por enquanto - me perguntou se eu não me sentia sendo de lugar nenhum. aí eu pensei um instante e disse que sim, que eu realmente não me sinto como sendo de lugar nenhum. e como o meu sotaque é totalmente volúvel, aí é que eu danço mesmo. eu sempre tenho um sotaque de outro lugar.

aí domingo aconteceu uma coisa engraçada, eu fui trabalhar num show de um evento que consiste em uma série de shows - e em uma campanha de marketing bastante endinheirada e transatlântica de uma marca de cerveja - que consiste em um intercâmbio musical entre o brasil e o reino unido. eu não vou dar o site porque aí eu ia fazer de graça propaganda pra quem pode pagar bem, mas o que acontece nesses eventos é o seguinte, um artista do reino unido encontra um artista do brasil, e eles interagem e isso vai pro palco. normalmente, um artista toca, o outro toca, e depois os dois tocam juntos. então nesse domingo especificamente, foram duas parelhas, o rômulo fróes & banda com o king creosote - da escócia - e o gruff rhys - do super furry animals - e o mestre do universo tony da gatorra.

os shows foram muito bons, inclusive eu recomendo bastante todos os artistas aos amigos, procurem e ouçam que vale a pena. o disco novo do tony eu ainda estou mixando, mas vai sair ainda esse ano. existem videocasts desse show, ou pelo menos eles virão a existir.

mas o que foi curioso, foi que o gruff rhys é galês, ele é de bethesda, que é uma cidade perto de bangor - onde eu morei - e grava os discos solo dele na ilha de anglesey, que é do lado de bangor. aí a gente estava conversando sobre as peculiaridades do norte do país de gales, quando eu comentei que tinha ido algumas vezes a bethesda e a blaenau ffestiniog, que é uma das cidades mais malucas que eu já conheci. aí entra em cena o cinegrafista que estava cobrindo o evento, e o camarada é justamente de blaenau ffestiniog. eu já imaginei muitas coisas na minha vida, mas nunca pensei na hipótese de encontrar um nativo de blaenau ffestiniog em são paulo. e pra completar o surrealismo, pouco depois eu passei pela dupla e ambos estavam conversando na sua língua mãe, o galês, que é sem dúvida uma das línguas mais maluquete que existem.

outra coisa que foi engraçado domingo é que eu levei várias quedas, sem beber nadinha.