28.2.05

Os carros da minha vida - Cap. 4 - O fusca da Lucila

Talvez esse tenha sido o fusca que me fez gostar de fusca. A Lucila é a mãe do Fred, o meu primeiro amigo, ou talvez o amigo mais longínquo com quem eu ainda mantenho contato. Nessa época lá pros idos de 77, 78, morávamos os dois na Rua Padre João Manoel, em São Paulo, ele na esquina com a Itu, eu entre a Tietê e a Lorena, na frente do prédio da Sabesb. Aí minha mãe conheceu a mãe dele no Trianon, empurrando carrinho, aquelas coisas todas. Na turma também tinha a Júlia, que morava numa travessa da Peixoto Gomide.

Então a mãe do Fred tinha um fusquinha branco, e eu me lembro que o grande barato da gente era passear de fusca andando naquele vão que fica atrás do banco do passageiro. Pense que eram outros tempos, outro trânsito e tudo mais. Ontem eu estava de carona em outro fusca, e fiquei olhando aquele buraco e pensando que cabiam três guris ali. Inacreditável.

O Fred uma vez soltou o freio de mão desse carro na frente da casa de Júlia, uma ladeira leve, enquanto D. Lucila tinha descido pra pegar um negócio na portaria, e o carrinho foi descendo com ele e Júlia dentro, de ré. Esse era o Fred.

26.2.05

É verdade

Popa está certíssimo, eu realmente coloquei esse mesmo truque da piada do cu e do copo d'água aqui antes, pra ser mais preciso, como vocês mesmos podem conferir, no dia 26 de Agosto do ano passado. E Zeca, inclusive, caiu, pra vocês verem como ela SEMPRE funciona.

25.2.05

10 coisas que sempre funcionam

+ Ter fé
+ Backing vocal dobrado caso o cantor saiba cantar afinado, ou você saiba usar o auto-tune
+ Fender Precision
+ Esquentar o forno antes de colocar a pizza
+ Tirar a pizza do congelador na mesma hora em que você acender o forno. Ou imediatamente antes, ou imediatamente depois, pra você não tentar fazer as duas coisas ao mesmo tempo e causar um acidente
+ Manjericão
+ Falar com a câmera
+ Sorvete
+ Dançar feito o Groucho Marx
+ A piada da diferença entre o cu e o copo d'água

23.2.05

Meu coração dividido

Hoje eu recebi um convite para entrar numa comunidade do orkut: "Ruth Lemos mudou a minha vida". Fiquei de cara. Não só existe uma comunidade no orkut baseada num fato que aconteceu há menos de 10 dias, provavelmente 90% por cento da comunidade são pessoas de outros estados. E boa parte delas descobriu Ruth Lemos por causa do blog de William. Impressionante o impacto da internet na vida das pessoas.

Eu, particularmente, confesso que tanto ri quanto fiquei com muito dó da Dra. Ruth Lemos. Ela, coitada, deve estar arrasada. A não ser que seja uma pessoa muito de bem com a vida, o que, pelo fato de ela ter ficado tão nervosa ao aparecer na televisão, provavelmente não é o caso. Eu até tive vontade de marcar uma consulta com ela, pra dar uma força nesse momento difícil, mas tenho medo de qual seria a minha reação. Isso sem contar que ela precisaria passar a consulta toda sem falar nem sanduíche nem gordura.

Agora, o que eu queria mesmo saber é quem porras capturou aquele momento. Será que vazou de dentro da Globo? Será que foi algum freak que vive gravando TV aberta em digital? Será que foi William?

22.2.05

Os carros da minha vida - Cap. 3 - A Caravan Azul do meu avô

O meu avô Jorge, que na verdade são os meus dois avôs sendo que esse no caso é o pai da minha mãe, também teve uma Caravan, mas azul, e com marcha royal e banco inteiro na frente, de modo que quando a gente ia pra Petrópolis eu ia no banco da frente entre o meu avô e a minha avó. Era o maior barato, esse carro. Nele eu realmente fiz vários passeios enquanto cachorro, quando a mala não estava ocupada pelos cachorros de verdade do meu avô, o casal de pastores-alemães Pantaleão e Terta.

Essa Caravan tinha os faróis quadrados, era um modelo mais novo que a dos meus pais, que tinha ainda os faróis e o design de uma forma geral mais arredondado, meio Batmóvel. E, nas mãos do meu avô que consertava turbina de avião, estava sempre nos trinques. Foi esse o meu avô que certa vez desmontou o motor do carro e deixou tomando banho de óleo na banheira de casa durante um final de semana inteiro, e que converteu algum outro motor pra funcionar com uma mistura de álcool de cozinha e gasolina quando a vida apertou. E ele ainda tirou a foto da capa do EP do Diversitronica, pense num coroa produtivo.

21.2.05

Os carros da minha vida - Cap. 2 - A Caravan Verde

Se existe um carro da minha família que merecia o tombamento, este seria a possante Caravan Verde que meu pai adquiriu, se não me falha a memória, pouco após o nascimento de Malu. Pense num carro pra levar couro e durar. Além das incontáveis viagens de fim-de-semana pra Ibiúna, em condições pra lá de inóspitas, ele ainda veio pra Recife, e até outro dia estava rodando lá por Maria Farinha, nas mãos de seu atual dono, Seu Sílvio lá da Poty.

A Caravan eu dirigi milhares de vezes de brincadeira, e acho que até umas vezes de verdade, nas minhas primeiras tentativas como motorista, sob supervisão. Tinha cinto abdominal, nunca utilizado, um radio com pecinhas para memorizar as estações, e uma mala enorme onde eu passeava quando virava cachorro. E no banco traseiro cabiam umas duzentas crianças.

Os carros da minha vida - Cap. 1 - O Karmann-Ghia Laranja

Esse negócio de ficar procurando fusca me deixou meio nostálgico, e aí eu tive essa idéia pra essa série aqui. Começando pelo carro do qual eu tenho as lembranças mais longínquas, um Karmann-Ghia Laranja que meu pai tinha quando a gente morava em São Paulo. Eu não me lembro de nenhum carro do meu pai anterior a esse, a não ser uma vaga memória de um Corcel I em que uma vez eu fui pra Ibiúna, mas eu acho que esse deveria ser de alguma outra pessoa.

Enfim, eu não lembro quando meu pai comprou esse carro. Mas foi o primeiro de uma série de carros usados que o meu pai comprou e usou até não ter realmente condições do bichinho circular pela cidade e não representar uma ameaça à saúde da população em geral. E isso em São Paulo, vejam bem.

Mas eu gostava muito desse carro. No piso do banco de trás, tinha um buraco através do qual eu ia olhando o asfalto de casa até a escola. Eu me lembro que eu achava isso o máximo, alguns carros tinham teto-solar na capota, o meu tinha um teto-solar no chão. É verdade que a paisagem não mudava muito, mas só a idéia de ver o asfalto passar por debaixo do carro já era em si um grande barato.

Esse carro foi vendido bem antes de nos mudarmos de São Paulo, mas eu me lembro que por um período que eu não consigo determinar se foi breve ou não, tivemos dois carros em casa, depois que meu pai comprou a Caravan Verde - do próximo capítulo. Ele dirigia o Karmann-Ghia, minha mãe a Caravan. O que eu sei é que o cara que comprou o Karmann-Ghia deu um grau de cinema no carro e hoje é um carro filé.

18.2.05

Quero comprar um fusca

Foi hoje, acho que na hora em que eu estava integrando no terminal do SEI na Macaxeira, que eu resolvi que eu quero comprar um fusca. Talvez uma Brasília, ou um Corcel I, mas o ímpeto mesmo foi de comprar um cururu clássico, e pintar de duas cores, creme e vinho. Olhei nos classificados, tinha uns dois. O preço até acessível. Vamos ver. Justamente quando eu estou quase devendo as calças é que eu resolvo fazer essas coisas. Mas é verdade, que eu já tenho quase trinta anos, devia ter pelo menos um carrinho. Não quero muito, vamos de fusquinha mesmo, hoje em dia eu nem tenho mais baixo acústico, e uma filha só. Quando tiver mais, eu faço um upgrade.

Lhô teve um fusca, brevemente. Lembro de uma ou duas vezes em que saímos por aí no Volkswagen envenedado do Sr. Botelho. A direção tinha uma folga monstruosa, mas tinha aquele charme todo do fusquinha. A minha amiga Cecília Clemente, hoje habitante de Niterói - terra do meu avô Jorge Allen - também tinha seu fusquinha amarelo, depois substituído, se não me engano, por um Uno ou outro desses carros sem personalidade. Preferia passear de fusquinha em Brasília, dois grandes símbolos desse nosso país unidos em um só passeio.

Quem tem um fusca fuderoso é Marconi, o Cannibal. Fuderoso mesmo, todo antigão, no quilo. Tem um perto da casa de Syl que sempre chama a minha atenção. O Canisso, do Raimundos, também é fã de fuscas, uma vez tivemos uma longa conversa sobre Cururus, inclusive ele citou o exemplo de um cara que colocou um motor 2.0 em um. Genial. Mas enfim, se alguém souber de um Fusca, ou Brasília, ou Corcel I, à venda, pode avisar. Inclusive eu dou um Escort 89 de entrada.

17.2.05

Reflexões de uma quinta-feira pela manhã

+ Um dos investimentos mais lucrativos do momento é entrar no bolão do casamento da Cicarelli com o Ronaldinho. Todo mundo sabe que não vai durar nem um ano, sendo que juntando umas 24 pessoas, cada um pinga dez conto e escolhe uma quinzena, o dinheiro fica rendendo e tal. Quem acertar a quinzena em que essa palhaçada acabar - e começar a epopéia da separação Cicarelli + Ronaldinho - leva com juros e correção monetária.

+ Uma coisa que eu nunca consegui transformar realmente em um hábito é ler o jornal de manhã todos os dias. Eu morro de inveja das pessoas que já fazem isso automaticamente.

+ Tem um boato nas comunidades vegetarianas de que o governo vai obrigar as padarias a enriquecer a farinha de trigo com ferro usando sangue de boi. Eu não sei se isso é verdade, mas que é uma merda é. Pra todo mundo. E vai ser o fim do pão francês pra mim.

+ Eu talvez tenha falado isso aqui antes, mas por algum motivo maluco que nem mesmo eu entendo, eu não gosto muito de Stratocaster. Não sei se é por causa da minha paixão confessa e praticada por Telecasters, Jazzmasters e semi-acústicas diversas, ou por ser a guitarra mais carne-de-vaca, mas eu nunca morri de amores pela Strato. Eu nunca nem quis ter uma.

+ O meu disco do momento é o "Turn! Turn! Turn!" do Byrds. Faz vários dias que eu fico cantarolando "Lay Down Your Weary Tune" e "He Was a Friend of Mine" por aí. Quem canta seus males espanta, afinal.

16.2.05

Walking Talking Kaoss Pad

Esse é o título da nova melodia do Diversitronica. Um título conceitual, inclusive.

O fim da história

Bom, passado o período momesco, eu resolvi reconstruir a minha vida em relação à carteira. Comecei solicitando uma nova carteira nacional de habilitação ao DETRAN, documento este que devo receber hoje ainda. Ainda não fui ao Tavares Buril pedir a segunda via da identidade, mas como eu já demorei quatro anos pra fazer isso mesmo, um mês a mais ou a menos não vão fazer essa diferença toda. Recebi novas edições do dinheiro de plástico, e até me pagaram com algum dinheiro real também.

Mas o mais importante e fundamental, era a carteira em si. Tentei escolher uma menor, pra naturalmente andar com menos coisas desnecessárias por aí, só identidade, fotos de Júlias, algum dinheiro, assim por diante. Fui ao shopping, entrei em umas duas ou três lojas, comparei alguns modelos, escolhi uma preta particularmente pequena e discreta. Preço avençado com os vendedores, procedi ao pagamento e à subsequente transferência de itens da minha carteira de músico para a minha carteira nova. No que a vendedora me aborda com a seguinte questão:

- O senhor quer deixar a velha pra gente jogar fora?
- Não, obrigado, é que essa é a minha carteira de músico.
- Ah, o senhor é músico... - respondeu a vendedora, feliz por eu não ter pago em cheque.

14.2.05

Toquei

Tá quente demais. Eu vou morar na minha geladeira e volto daqui a um mês.

11.2.05

Eu adoro padaria

Deve ser porque eu cresci em São Paulo, ou provavelmente porque eu sou glutão pra cacete. É verdade que São Paulo tem as melhores padarias do mundo, mas onde quer que eu esteja, e elas também estiverem, lá eu estarei, sondando a hora em que sai o pão francês, olhando quais os doces que o estabelecimento oferece, folhados, assim por diante.

Perto do Classic Master, por exemplo, tem uma padaria que faz um pão doce de nozes que é um absurdo. Eu gosto muito de tomar o café-da-manhã por lá antes de fazer um trabalho, e comer um docinho ao sair. Na padaria sempre rolam aqueles momentos em que você observa várias pessoas que têm vidas bem diferentes da sua, tem sempre umas peruas com roupa de academia de ginástica, uns velhinhos e umas empregadas domésticas.

Mas o que coloca qualquer padaria acima da média, é justamente a qualidade da média. Uma padaria cinco estrelas é aquela em que o café-com-leite é preparado com a medida perfeita das duas bebidas, que você tenta, tenta e nunca consegue repetir em casa, ainda mais de manhã cedo, e com sono.

9.2.05

O segredo judaico da resolução de problemas, tópico 1

Deixe bem claro para quem quer passar o problema pra você que o problema não é seu.

5.2.05

Music is my saviour

Teoricamente, seriam respostas às perguntas de um suposto vestibular em Música. Eu nem sei se existe prova de vestibular pra Música com questão discursiva, mas que é engraçado, isso é. E às vezes, é até verdade.

- Bach está morto desde 1750 até os dias de hoje.

- Agnus Dei é uma famosa compositora que escreveu música para igreja.

- Handel era meio alemão, meio italiano e meio inglês.

- Beethoven escreveu música mesmo surdo. Ele ficou surdo porque fez música
muito alta. Ele caminhava sozinho pela floresta e não escutava ninguém, nem
a Pastoral, uma MOSSA que poderia ser a sua Amada IMORTAU e inspirou ele a
criar uma sinfonia muito romântica. Ele faliu em 1827 e mais tarde morreu
por causa disto.

- Uma ópera é uma canção que dura mais de duas horas.

- Henry Purcell é um compositor muito conhecido, mas até hoje ninguém ouviu falar dele.

- O Bolero de Ravel foi composto pelo Ravel.

- A harpa é um piano pelado.

- Opus Póstuma é música composta quando o compositor compôs depois de morto.

- Mozart morreu jovem. Sua maior obra é a trilha do filme "Amadeus".

- A importância de "Tristão e Isolda" reside no fato de que é uma música
muito triste. Mais triste que a "Tristesse" de Schoping.

- Virtuoso no piano é um músico com muita moral.

- Os maiores compositores do Romantismo são: Chopin, Schubert e Tchaikovsky. No Brasil temos Roberto Carlos e Daniel.

- Música cantada por duas pessoas é um duelo

- Eu sei o que é um sexteto, mas não sei dizer.

- Stravinsky revolucionou o ritmo com "A Massacração da Primavera".

- Carlos Gomes compôs a Prótesfonia do programa de rádio "A Hora do Brasil".

- "Carmen" é uma ópera e "Carminha Burana" é sua filha.

- Muitos pesquisadores concordam que a Música Medieval foi escrita no passado.

- A ópera mais Romântica é a Paixão de Mateus por Bach.

- Tem dois tipos de Cantatas de Bach: as Cantatas religiosas e as cantadas di profanação, que ele usou no palácio.

- Meu compositor preferido é Opus.

- Chopin fez poucas baladas, pois sofria de tuberculose. Assim não dava para ele cair na gandaia à noite, dançar, beber e curtir as minas, mas parece que ele não era chegado.

- Cage inventou os 4 minutos de silêncio.

- Suíte é uma música de danceterias barrocas.

- Há uma espécie de Corais feitas por Bach, que se chamam Florais e são usados como remédios milagrosos.

- "Messias" é uma missa de Handel cuja originalidade é ter muitos aleluias.

- Joseph van Damme, além da arte lírica, é adepto das artes marciais. Não assisti nenhuma ópera dele, mas tenho o DVD de 3 filmes dele.

- Os menestréis e trovadores transmitiam notícias e estavam nas festas. Andavam de cidade em cidade, de castelo em castelo e iam até nos shows de TV.

- O regente de uma orquestra é igual a um guarda de trânsito maluco porque agita os braços controlando muitos instrumentos na sua frente.

- "As 4 Estações" é o CD mais vendido da banda do Vivaldi, depois que fez sucesso num comercial de sabonete, que não me lembro o nome agora.

- Os compositores Renascentistas reviveram a música, pois ela havia sido morta pela Inquisição.

- As Fugas de Bach são famosas porque ele não queria ficar preso em nenhum sistema.

- A música eletroacústica é a mais avançada das tendências da música eletrônica hoje em dia. Seus principais compositores são os DJs e a banda Craftwork.

- O metrônomo foi inventado para os músicos não andarem depressa.

- Barroco é uma palavra derivada de Bach.

- Handel compôs muitas peças geniais para couro.

- Música atonal é aquela sem som ou que explora o não-som, mais ou menos
quase um anti-som. Seus mais importantes criadores são da família Berg: Schoenberg, Albanberg e Weberg.

- Pierre Boulez e Stoquehauzen são compositores contemporâneos. É raro ser
contemporâneo, pois muitos contemporâneos não vivem até morrer.

- A mais bela sinfonia é a Ódio Àlegria de Beethoven.